Números fazem parte do Mapa da Violência 2015 divulgados nesta segunda. Em 2013, último ano do estudo, país teve 13 mulheres assassinadas por dia.
O estudo “Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres”, divulgado nesta segunda-feira (9), mostra que 50,3% das mortes violentas de mulheres no Brasil são cometidas por familiares e 33,2% por parceiros ou ex-parceiros.
Unidades da Federação | Taxas em 2013 |
Roraima | 15,3 |
Espírito Santo | 9,3 |
Alagoas | 8,6 |
Goiás | 8,6 |
Acre | 8,3 |
Paraíba | 6,4 |
Rondônia | 6,3 |
Ceará | 6,2 |
Mato Grosso do Sul | 5,9 |
Bahia | 5,8 |
Mato Grosso | 5,8 |
Pará | 5,8 |
Tocantins | 5,7 |
Distrito Federal | 5,6 |
Pernambuco | 5,5 |
Rio Grande do Norte | 5,3 |
Amazonas | 5,3 |
Amapá | 5,3 |
Paraná | 5,2 |
Sergipe | 5,1 |
Rio de Janeiro | 4,5 |
Minas Gerais | 4,2 |
Maranhão | 3,8 |
Rio Grande do Sul | 3,8 |
Santa Catarina | 3,1 |
São Paulo | 2,9 |
Piauí | 2,9 |
*Homicídios de mulheres por 100 mil mulheres |
Entre 1980 e 2013 foram assassinadas 106.093 mulheres, 4.762 só em 2013. O país tem uma taxa de 4,8 homicídios para cada 100 mil mulheres, a quinta maior do mundo, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) que avaliaram um grupo de 83 países.
O estudo é de autoria do sociólogo argentino Julio Jacobo Waiselfisz, radicado no Brasil, e analisa dados oficiais nacionais, estaduais e municipais sobre óbitos femininos no Brasil entre 1980 e 2013, passando ainda por registros de atendimentos médicos.
Entre 2003 e 2013, o número de homicídios de mulheres passou de 3.937 para 4.762, aumento de 21% no período. As 4.762 mortes em 2013, último ano do estudo, representam uma média de 13 mulheres assassinadas por dia.
Levando em consideração o crescimento da população feminina entre 2003 e 2013 (passou de 89,8 milhões para 99,8 milhões), a taxa de homicídio de mulheres saltou de 4,4% em 2003 para 4,8% em 2013, aumento de 8,8% no período.
Na análise por estados, Roraima viu sua taxa mais que quadruplicar (343,9%). Na Paraíba, subiu 229,2%. Entre 2006, ano da promulgação da lei Maria da Penha e 2013, apenas Rondônia, Espírito Santo, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro registraram quedas nas taxas de homicídios de mulheres.
Mulheres negras
Enquanto o número de homicídio de mulheres brancas caiu 9,8% entre 2003 e 2013 (de 1.747 para 1.576), os casos envolvendo mulheres negras cresceram 54,2% no mesmo período, passando de 1.864 para 2.875.
Pequenos municípios
Os maiores índices de homicídios de mulheres são registrados nos pequenos municípios, e não nas capitais. A cidade Barcelos (AM), com uma população feminina média de 11.958, registrou 45,2 homicídios por dez mil mulheres e é o primeiro da lista.
Depois, vem Alexânia (G), com uma população feminina média de 11.947, que teve 25,1% mortes de mulheres por dez mil mulheres. Sooretama (ES), com população feminina média de 11.920, teve taxa de 21,8% e aparece em terceiro na lista.
Nenhuma capital aparece no ranking das 100 cidades com maiores taxas. A primeira capital na lista é Maceió (Alagoas), em 126º lugar, que registrou uma taxa de 9,8% homicídios de mulheres por 100 mil.
Entre 2003 e 2013, as taxas de homicídios de mulheres nos estados e no Distrito Federal cresceram 8,8%, enquanto nas capitais caíram 5,8%, evidenciado, segundo o estudo, a interiorização da violência, fenômeno observado em mapas anteriores.
Local do crime
Outro dado importante do estudo é o local do homicídio: 27,1% deles acontecem no domicílio da vítima, indicando a alta domesticidade dos assassinatos de mulheres. Outros 31,2% acontecem em via pública, e 25,2%, em estabelecimento de saúde.