O ministro da Educação foi convocado por deputados que querem discutir os rumos da pasta mais complicada do governo
A quarta-feira será de pressão para o ministro da Educação, Abraham Weintraub. Na noite de ontem a Câmara aprovou, por 307 votos a 82, sua convocação para prestar esclarecimentos sobre os anunciados cortes no orçamento de universidades públicas e de instituições federais.
O ministro deve comparecer à Câmara às 15h. Esta será a segunda vez que Weintraub vai ao Congresso para explicar seus planos para o ministério em uma semana. Na última terça-feira, 7, após o anúncio do contingenciamento de 30% nas verbas discricionárias de universidades e institutos federais, o ministro afirmou que “todo mundo no País está apertando o cinto” para justificar os bloqueios, que, segundo ele, podem ser revertidos após a aprovação da reforma da Previdência.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação estima que os 4,5 milhões de servidores das escolas públicas de ensino fundamental e médio também devem parar nesta quarta, em protesto contra cortes previstos também para o ensino básico e fundamental. Recursos para todas as etapas de ensino foram reduzidos ou congelados, em medida que inclui verbas para construção de escolas e bolsas de pesquisa. No total, o bloqueio é de 7,4 bilhões de reais até aqui.
Desde o início de governo, o Ministério da Educação foi palco de algumas das maiores polêmicas do governo Bolsonaro. Com a demissão de Ricardo Vélez e a posse de Weintraub, as confusões deram lugar a um contundente plano de enxugamento do ensino. Em transmissão recente na internet, o ministro se valeu de 100 barras de chocolate para explicar o tamanho do contingenciamento. Nesta quarta-feira, terá que ir além disso. Deve encontrar ambiente amargo na Câmara.