21.5 C
Brasília
sábado, 23/11/24
HomeEconomiaPaís sobe um degrau em ranking de competitividade, mas segue entre últimos

País sobe um degrau em ranking de competitividade, mas segue entre últimos

Brasil sobe pelo segundo ano seguido em ranking da escola de negócios suíça IMD, mas amarga a 59ª posição entre 63 países

Crianças em seu caminho para a escola em região da Amazônia. Brasil2/Getty Images (Brasil2/Getty Images)

São Paulo — O Brasil subiu uma posição no Anuário de Competitividade Mundial (World Competitiveness Yearbook – WCY) mas segue entre os últimos colocados no ranking, prejudicado por fatores como educação, contas públicas e emprego.

Na edição do ano passado, o Brasil teve primeira melhora relativa em competitividade desde 2010, indo da 61ª para a 60ª posição entre 63 países avaliados.

Na edição 2019, divulgada nesta nesta terça-feira (28), o Brasil subiu mais um degrau e ficou na 59ª posição, na frente apenas de Croácia, Argentina, Mongólia e Venezuela.

O ranking é divulgado há 30 anos pela escola de negócios suíça IMD (International Institute for Management Development) e considera 235 dados em cinco pilares.

Eles incluem indicadores estatísticos e os resultados de uma pesquisa de opinião realizadas entre novembro e abril com executivos que passaram ao menos um ano vivendo no país.

“Nesse ano ficou difícil de prever como a atual administração e as reformas poderão impactar na competitividade do país . O que nos resta é sermos pacientes e ver o que acontece”, conclui diz Jose Caballero, economista do centro de competitividade do IMD.

Performance econômica

A melhora tímida do Brasil no último ano refletiu em parte avanços no pilar de Performance Econômica. O indicador de investimentos externos, por exemplo, foi da 23ª para a 19ª posição.

“A taxa de juros mais baixa por um período maior e a inflação reduzida e sustentada, aliadas ao potencial do mercado brasileiro, justificam o maior fluxo de capital estrangeiro”, diz Caballero.

Outros fatores que também melhoraram de um ano para o outro foram preços (da 43ª para a 42ª posição) e economia doméstica (do 50º para o 49º lugar). Os outros dois indicadores do pilar – comércio exterior e emprego – tiveram queda de um ano para o outro.

“Em relação a performance da economia, tem havido um mistura de bom e ruim para Brasil neste ano. E não é só por causa do que está acontecendo na economia global; as incertezas políticas e econômicas têm impacto sobre o comércio exterior do país”, diz Caballero.

O subfator de comércio exterior caiu mais uma posição neste ano, indo do 50º para o 51º lugar e o subfator “Finanças públicas”, que mede a forma como o governo gerencia seus gastos, foi do último para o penúltimo lugar e agora só perde para a Venezuela.

Os déficits primários (receitas menos despesas antes de pagar os juros da dívida) que o Brasil vem apresentando corroboram a avaliação. O país fechou 2018 com as contas no vermelho pelo quinto ano consecutivo.

O subfator emprego teve uma queda ainda mais dramática: foi de 48º no ranking do ano passado para 56º neste ano. No indicador de “mercado de trabalho”, o país foi chutado da 35ª posição para a 50ª.

A taxa de desemprego no país subiu para 12,4% nos três meses até fevereiro, atingindo 13,1 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representou um aumento de 7,3% em relação ao trimestre anterior.

O desemprego também prejudicou o país no ranking do pilar “eficiência para negócios”, que foi do 50º para o 57º lugar. Outro subfator desse pilar, “Produtividade e Eficiência” foi do 59º para o 61º lugar.

No pilar infraestrutura, o Brasil caiu da 52ª para a 54ª posição de um ano para o outro puxado especialmente pelo item Eduucação, que foi do 60º para o 61º lugar de um ano para o outro. Esse critério é um dos mais preocupantes para o Brasil, segundo Caballero.

“Países que querem se ranquear melhor em competitividade devem focar não só no jogo de curto prazo, mas também no longo prazo”, avalia o professor.

Ele também ressalta que a América Latina é um destaque negativo em termos de desigualdade social, e mesmo assim o Brasil é quem tem os piores resultado.

No índice de Gini, o país está em penúltimo colocado no ranking geral e em desigualdade de gênero, fica na 58ª posição.

O pilar da Eficiência Governamental permanece com todos os subfatores bem baixos, com exceção de politica de juros, que pulou da 40ª para a 38ª posição.

Veja o ranking completo:

1 – Singapura
2 – Hong Kong
3 – EUA
4 – Suíça
5 – Emirados Árabes
6 – Holanda
7 – Irlanda
8 – Dinamarca
9 – Suécia
10 – Qatar
11 – Noruega
12 – Luxemburgo
13 – Canadá
14 – China
15 – Finlândia
16 – Taiwan (China)
17 – Alemanha
18 – Austrália
19 – Áustria
20 – Islândia
21 – Nova Zelândia
22 – Malásia
23 – Reino Unido
24 – Israel
25 – Tailândia
26 – Arábia Saudita
27 – Bélgica
28 – Coreia do Sul
29 – Lituânia
30 – Japão
31 – França
32 – Indonésia
33 – República Tcheca
34 – Cazaquistão
35 – Estônia
36 – Espanha
37 – Eslovênia
38 – Polônia
39 – Portugal
40 – Letônia
41 – Chipre
42 – Chile
43 – Índia
44 – Itália
45 – Rússia
46 – Filipinas
47 – Hungria
48 – Bulgária
49 – Romênia
50 – México
51 – Turquia
52 – Colômbia
53 – Eslováquia
54 – Ucrânia
55 – Peru
56 – África do Sul
57 – Jordânia
58 – Grécia
59 – Brasil
60 – Croácia
61 – Argentina
62 – Mongólia
63 – Venezuela

Mais acessados