A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, nesta quarta-feira (17), situação de emergência internacional de saúde pública por causa do surto de ebola na República Democrática do Congo (RDC). De acordo com a Organização, o principal objetivo ao soltar o aviso é evitar que a doença se espalhe para outros países.
O status de epidemia já havia sido anunciado no dia primeiro de agosto do ano passado, mas duas mortes recentes pela doença fizeram a OMS reavaliar o alerta. O primeiro caso foi registrado em uma mulher que atravessou a fronteira do Congo para Uganda e, no dia seguinte, apresentou sintomas de ebola. Na última terça-feira (16), um pastor morreu em Goma, cidade na divisa do Congo com Ruanda.
O diretor da OMS, Tedros Adhanom, explicou que, apesar de não haver evidências da transmissão em Goma ou Uganda, os dois casos levantaram o alerta da entidade. “Esses dois eventos representaram uma preocupação com a expansão geográfica do vírus. Como resultado da preocupação com uma potencial propagação da doença, o comitê recomendou e eu declarasse o surto como emergência internacional de saúde, e eu aceito o conselho”, disse.
Apesar da preocupação com a propagação do vírus, a OMS reforçou que não há necessidade que países vizinhos fechem as fronteiras ou apliquem medidas restritivas contra mercadoria e o trânsito de pessoas. Segundo a entidade, não há comprovação científica da efetividade dessas barreiras, que podem prejudicar o Congo, a população, e representam riscos para a economia local.
O último balanço registrou quase 1.670 mortes por ebola no país, número que significa o pior surto da história do país e o segundo maior já registrado em todo o mundo.
A vacina contra a doença tem 97% de eficácia quando administrada em um período de até dez dias depois do aparecimento de sinais da infecção. A OMS garantiu que não há falta de doses para responder ao surto e afirmou que 161 mil pessoas receberam a vacina.