O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, teme que a Petrobras sofra sanções dos Estados Unidos se abastecer os dois navios iranianos que continuam atracados no porto de Paranaguá, no Paraná. As embarcações chegaram ao local no início de junho, mas não podem retornar pois, com receio da reação dos EUA, a estatal se negou a fornecer combustível.
Apesar da preocupação, o chanceler defendeu a determinação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, para que a petroleira abasteça os cargueiros. “Nós havíamos chamado a atenção para o fato de que, por determinadas ações, a Petrobras também poderia estar sujeita a prejuízos das suas atividades nos Estados Unidos, então isso continua sendo o caso, né”, disse, em reunião com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi.
O Irã é o maior comprador de milho brasileiro e os dois navios deveriam voltar ao país de origem carregando o alimento.
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) já havia dito que o governo informou empresas sobre a possibilidade de problemas relacionados ao Irã. De acordo com a Petrobras, ao fornecer óleo aos navios, a própria companhia estaria sob risco de sofrer penalidades.
A crise começou em maio do ano passado, quando o presidente Donald Trump anunciou a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear. O clima de tensão tem se intensificado nos últimos meses, com troca de acusações entre os dois países.