A paranormal Rosa Maria Jaques, moradora de Porto Alegre, se apresenta na 1ª DP, com a “missão espiritual” de ajudar nas investigações. Ela teria indicado à delegada Martha Vargas a localização da casa dos assassinos.
Novembro
» Com base na ajuda da vidente, agentes chegam a um lote em Vicente Pires. Dirigem-se a uma quitinete ocupada por dois homens, que acabam presos. Segundo a polícia, no local, foi encontrada uma chave que abria a porta do imóvel dos Villela. O Instituto de Criminalística divulga laudo parcial com a dinâmica do triplo homicídio. Pelo menos dois criminosos atacaram as vítimas, que levaram ao todo 73 facadas.
» A Justiça manda o caso sair da responsabilidade da 1ª DP para a Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida). Mas a unidade especializada só assumiria oficialmente o caso em dezembro.
» O vizinho da dupla presa em Vicente Pires também é detido. Os três são mantidos na prisão por um mês como suspeitos do triplo homicídio, mas são liberados por falta de provas.
» 2010
Abril
» Adriana Villela, filha do casal assassinado, depõe na Corvida como suspeita do triplo assassinato. O Correio publica reportagem exclusiva mostrando que peritos da Polícia Civil comprovaram que a chave encontrada na casa de suspeitos em Vicente Pires havia sido fotografada no apartamento dos Villela no dia da primeira perícia. Por isso, o objeto é descartado como prova. No mesmo dia, Martha Vargas é exonerada da chefia da 1ª DP. Os três homens presos em novembro passado afirmam terem sido torturados por policiais daquela delegacia para confessar a participação no crime.
Agosto
» Cinco pessoas são presas, entre elas Adriana Villela e a paranormal Rosa Maria Jaques, sob a acusação de atrapalharem as investigações policiais e imputarem falsamente crime a terceiros. Depois de ter negado o habeas corpus a Adriana Villela em caráter liminar, a Justiça adia por mais uma semana o julgamento do mérito do pedido de soltura.
Setembro
» Adriana é denunciada à Justiça.
Outubro
» O Tribunal do Júri de Brasília aceita denúncia contra a arquiteta, acusada de triplo homicídio e furto.
Novembro
» A investigação toma novo rumo por conta da prisão do ex-porteiro do Bloco C da 113 Sul Leonardo Campos Alves, 44 anos, em Montalvânia (MG). Agentes da 8ª Delegacia de Polícia (SIA) descobriram o envolvimento dele graças a uma investigação paralela. O acusado confessa o crime, mas o depoimento aponta diversas inconsistências. A polícia confirma a participação de um comparsa de Leonardo. Paulo Cardoso Santana, 23 anos, preso preventivamente em Montalvânia desde 14 de julho de 2010 por latrocínio, também dá detalhes do crime. Mas o depoimento dele diverge do de Leonardo em vários pontos.
» Uma nova testemunha no caso conta à polícia que existe um mandante no triplo homicídio. Ele garante ter sido procurado por Leonardo, que mostrou interesse em contratá-lo a mando de outra pessoa.
» Em 23 deste mês, a Corvida prende o terceiro suspeito do crime da 113 Sul. Trata-se de Francisco Mairlon, 22 anos. Ele teria executado as vítimas e agido a mando de uma pessoa. A defesa de Adriana e a acusação iniciam os primeiros embates antes do julgamento, com base nos depoimentos dos acusados.
» A delegada Mabel de Faria recebe uma cópia de laudo feito em parceria entre o Instituto de Identificação da Polícia Civil e a Universidade de Brasília (UnB). O exame que comparou duas impressões digitais de Adriana no apartamento dos pais fundamenta uma das linhas de investigação do caso: a que tenta comprovar a presença da filha das vítimas na cena do crime.
» 2011
Janeiro
» O Tribunal do Júri de Brasília decreta a prisão preventiva dos três homens acusados de envolvimento no triplo homicídio. Leonardo, Paulo e Francisco são denunciados à Justiça pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. O processo, assim, fica anexado ao de Adriana Villela. Ela é presa pela segunda vez, mas é solta no dia seguinte.
» 2012
Março
» Acusados são ouvidos em audiência judicial. Na ocasião, Adriana Villela critica o trabalho da polícia. Leonardo Campos alega ter sido torturado psicologicamente pelos policiais.
» 2013
Maio
» Justiça determina que Adriana e os demais réus irão a júri popular.
Dezembro
» O Tribunal do Júri de Brasília condena o ex-porteiro Leonardo a 60 anos de prisão e Francisco Mairlon Aguiar a 55 anos, sem direito de recorrer em liberdade. Adriana Villela e Paulo Cardoso Santana conseguiram ter o julgamento adiado. Delegados reforçam: ela esteve na cena do crime.
» 2015
Abril
» A 1ª Turma Criminal do TJDFT mantém, em grau de recurso, a pronúncia de Adriana Villela e Paulo Cardoso. A decisão em relação a Paulo foi unânime e sem possibilidade de recurso no âmbito do TJDFT. Em relação a Adriana Villela, não houve unanimidade quanto à participação no crime. Logo, restaram embargos infringentes à Câmara Criminal do Tribunal. O advogado de Paulo acusou a polícia de ter forçado o réu a confessar. Já a defesa de Adriana usou um gráfico para mostrar a trajetória da cliente no dia e na hora provável dos fatos, que, segundo sustentou, contrariaria todas as versões dadas pelos outros envolvidos.
» 2016
Agosto
» A delegada Martha Vargas é condenada por improbidade administrativa. A Justiça determina que ela deva perder os direitos políticos por cinco anos e pagar multa no valor equivalente a 100 vezes ao que ela recebia como salário em 2009. Além disso, teve a aposentadoria cassada.
Dezembro
» A Justiça condena Paulo Cardoso Santana por triplo homicídio e furto. Ao todo, Paulo Cardoso pegou a pena de 62 anos e um mês de reclusão, em regime inicial fechado, mais multa na ordem de 1/30 do salário mínimo cada dia, por 20 dias.
» 2018
Dezembro
» Defesa entra com recurso no STJ para tirar Adriana Villela de julgamento em júri popular. STJ adia decisão.
» 2019
Fevereiro
» STJ nega recurso da defesa e mantém o tribunal do júri.
Abril
» Após o TJDFT dar o prazo de 48 horas para apresentação de provas, a defesa consegue liminar em 2ª instância, suspendendo o processo, alegando que os jurados só podem ter contato com a prova durante instrução em plenário.
Junho
» STJ nega embargos e mantém júri popular. A defesa de Adriana alega que houve omissão nos laudos periciais, mas a Corte entende que o pedido não se sustentava e mantém a decisão inicial.
Agosto
» Tribunal do Júri de Brasília marca julgamento de Adriana Villela para 23 de setembro
Setembro
» Defesa entra com requerimento para anulação da sentença de pronúncia no STF. Ministro Luís Roberto Barroso acata pedido parcialmente.
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