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terça-feira, 24/12/24
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Gilmar Mendes ironiza e recomenda que Janot ”procure ajuda psiquiátrica”

Ministro do STF se manifestou por meio de nota após saber que o ex-procurador-geral da República planejou matá-lo

(foto: Carlos Moura/CB/D.A Press)

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), chamou de “tentações transloucadas” as revelações do ex-procurador-geral Rodrigo Janot em relação a um plano para matá-lo. O subprocurador revelou que em 2017 foi armado a suprema corte com o objetivo de atirar em Gilmar e em seguida atentar contra a propria vida.

O crime que poderia mudar os rumos da história do país ocorreria em razão de críticas a filha de Janot, publicadas na imprensa. Para o integrante do Ministério Público, o magistrado quem teria espalhado as informações. Janot contou que chegou a engatilhar a arma, mas disse que os dedos ficaram dormentes na hora de disparar.

Em nota, Gilmar Mendes lamentou as revelações e disse que o subprocurador pode ter contaminado processos com a intenção de assassinar reputações. “Dadas as palavras de um ex-procurador-geral da República, nada mais me resta além de lamentar o fato de que, por um bom tempo, uma parte do devido processo legal no país ficou refém de quem confessa ter impulsos homicidas, destacando que a eventual intenção suicida, no caso, buscava apenas o livramento da pena que adviria do gesto tresloucado. Até o ato contra si mesmo seria motivado por oportunismo e covardia”, disse Gilmar.

Ele continua o texto, afirmando que o combate aos crimes como lavagem de dinheiro e caixa dois criou um projeto de poder. “O combate à corrupção no Brasil — justo, necessário e urgente — tornou-se refém de fanáticos que nunca esconderam que também tinham um projeto de poder. Dentro do que é cabível a um ministro do STF, procurei evidenciar tais desvios. E continuarei a fazê-lo em defesa da Constituição e do devido processo legal”, completa Gilmar.

O ministro também disse que está surpreso ao saber do caso. “Confesso que estou algo surpreso. Sempre acreditei que, na relação profissional com tão notória figura, estava exposto, no máximo, a petições mal redigidas, em que a pobreza da língua concorria com a indigência da fundamentação técnica. Agora ele revela que eu corria também risco de morrer”, ressalta.

“Se a divergência com um ministro do Supremo o expôs a tais tentações tresloucadas, imagino como conduziu ações penais de pessoas que ministros do Supremo não eram. Afinal, certamente não tem medo de assassinar reputações quem confessa a intenção de assassinar um membro da Corte Constitucional do país”, destacou. Por fim, Gilmar recomenda que Janot procure tratamento para cuidar de eventuais problemas psicológicos. “Recomendo que procure ajuda psiquiátrica. Continuaremos a defender a Constituição e o devido processo legal”.

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