O presidente Jair Bolsonaro reclamou nesta quarta-feira (9), em entrevista ao site “O Antagonista”, da falta de planejamento do PSL para as eleições municipais de 2020. Segundo ele, que deve anunciar sua saída da sigla em breve, o partido precisa “se acertar”.
“Vamos começar campanha para prefeito, sem o partido dizer a que veio (…). Cada estado tem que ter um comandante. Tem que se organizar, ter um compliance. Investir fundo partidário”, disse.
“A gente está bem politicamente. A gente pode fazer muitos prefeitos. Mas alguns da liderança não estão enxergando isso. Ficam olhando para o próprio umbigo. O partido pega um pouco mais de R$ 8 milhões por mês. Pelo que sei, posso estar equivocado, nem todos os diretórios recebem isso todo mês. Como fica para 2020 as eleições municipais? Alguns espertalhões queimam a largada. A tendência é não dar certo”, completou.
O presidente ressaltou que o PSL é hoje “um partido rico”, com acesso ao fundo partidário e mais de 100 cargos na Câmara, mas não pode repetir “hábitos” ruins de outras legendas.
“Dá para fazer uma estrutura partidária enorme com esses cargos, com fundo partidário, com tempo de televisão (…). A bancada é coisa pra burro. Tem que deixar a vaidade de lado, a arrogância, a petulância de alguns… É só anular isso daí. Não existe prazer maior que ver o meu partido votando coisa séria, todo mundo se comunicando, conversando. A gente quer o bem do país. Não podemos entrar numa linha de ser um partido que já tem alguns hábitos. Temos excelentes parlamentares… mas não é tanto os parlamentares, é a Executiva que tem que mostrar que é diferente.”
Ainda ao “O Antagonista”, Bolsonaro criticou suposta falta de democracia interna. “Como foi eleito o líder na Câmara? E no Senado? Teve eleição? Não teve. O foco de atrito começa com eles. Por que não teve eleição? Essas reclamações são reclamações simples. Dá para resolver, dá para compor.”