Valorizada especialmente no Pará, essa planta pode se tornar, em breve, tempero conhecido em todo o país
Tradicional na mesa da Região Norte, o jambu, verdura nativa do Brasil, foi transformado em um extrato de alta qualidade pelo farmacêutico Rodney Ferreira Rodrigues, professor do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas da Universidade Estadual de Campinas (SP).
No processo, ele preservou uma substância chamada espilantol, reconhecida por seu poder antioxidante, anti-inflamatório e anestésico — não à toa, quem consome a folha sente uma leve dormência na boca. Essa última propriedade chama muito a atenção dos pesquisadores, principalmente na área da odontologia.
Mas, agora, uma startup chamada Especiarias da Amazônia deseja ampliar o leque de possibilidades para a utilização do jambu. Uma das expectativas é transformar aquilo que sobra da produção do extrato (ou a planta moída mesmo) em um tempero, que ficaria similar ao orégano.
“Nesse formato, ele poderia chegar a todas as regiões mais facilmente”, acredita Rodrigues. Segundo ele, há planos de incluir a planta na alimentação de outros jeitos inovadores. “A aplicação do jambu vai longe”, prevê.
Alguns pratos em que o jambu brilha ao natural
Pato no tucupi: o tucupi é um caldo feito de mandioca-brava. O jambu cozido vai nele — assim como o pato.
Arroz paraense: além de arroz, é claro, o prato tem como ingredientes tucupi, camarão e… jambu.
Tacacá: esta receita tem goma de mandioca, tucupi, folhas de jambu e camarões secos. Costuma ser servida na cuia.