22.5 C
Brasília
terça-feira, 24/12/24
HomeEconomiaOpep se reúne por novo corte de produção para elevar preço do...

Opep se reúne por novo corte de produção para elevar preço do petróleo

Organização que reúne grandes produtores, como Arábia Saudita e Rússia, tenta segurar artificialmente os preços em meio à guerra comercial

Saudi Aramco: IPO de petroleira estatal faz sauditas cobrarem novos cortes (/Maxim Shemetov/File Photo/Reuters)

São Paulo — O petróleo deve ser um dos principais assuntos desta quinta-feira, dia em que começa uma cúpula de dois dias da Opep, o cartel que reúne alguns dos principais países produtores, em Viena, na Áustria. É esperado que o grupo, que reúne Arábia Saudita e Rússia, anuncie novos cortes de produção com o objetivo de elevar o preço dos barris.

Depois de abrir a semana em 60 dólares, o petróleo brent subiu para 63 dólares, ontem, mas estava em leve queda de 0,15% às 7h desta quinta-feira.

Um ano atrás, a Opep concordou em cortar a produção diária em 1,2 milhão de barris para segurar o preço da commodity. Funcionou por um tempo, com o barril subindo da casa dos 60 dólares para acima dos 80 dólares, em abril.

Mas nos últimos meses o recrudescimento da guerra comercial entre China e Estados Unidos e a consequente perspectiva de redução no ritmo de crescimento fez o preço voltar a cair para perto dos 60 dólares.

A Arábia Saudita deve ser uma defensora de novos cortes, o que ajudaria a turbinar a abertura de capital de sua estatal petroleira, a Saudi Aramco, prevista para semana que vem. A medida é defendida também pelo Iraque, outro importante membro do grupo, cujo governo está lidando com uma conflagração social interna. A ideia desses países é ampliar o corte em mais 400 mil barris por dia. Mas pode não ser o suficiente para segurar o preço dos barris, e ainda enfraquecer a Opep.

Há temores, no grupo, de que isso abriria ainda mais caminho para o aumento de produção de países que não são membros da Opep, como os Estados Unidos, e também o Brasil. Após o leilão de novos blocos do pré-sal, em novembro, o Brasil pode entrar para o grupo dos cinco maiores produtores do mundo na próxima década.

O leilão, como se sabe, foi vencido pela Petrobras, o que faz da estatal brasileira uma grande interessada nos debates da Opep. Em apresentação a investidores nos Estados Unidos, a estatal anunciou ontem que prevê distribuir 34 bilhões de dólares em dividendos até 2024, e que a intenção de vender oito refinarias até 2021, para focar na exploração e produção em águas profundas, segue firme.

A petroleira já chegou a um custo de extração no pré-sal de apenas 5 dólares por barril, ante 15 dólares em 2014, o que faz da estatal competitiva em qualquer cenário.

 

Mais acessados