O equipamento será lançado a partir de um espaço específico para isso em Taiyuan, no país asiático
O lançamento do satélite CBERS-4A, desenvolvido pelo Brasil em parceria com a China está marcado para o dia 20, à 0h21, horário de Brasília. O equipamento será lançado a partir do Centro de Lançamento de Satélite de Taiyuan (TSLC – Taiyuan Satellite Launch Center), no país asiático. O evento foi mencionado pelo presidente Jair Bolsonaro em uma publicação no Twitter, na tarde desta segunda-feira (9).
“No próximo dia 20, serão lançados, da China, o satélite CBERS-4A, para monitoramentos diversos, e o nanossatélite Floripasat. Montado no INPE, com parte de tecnologia nacional, o CBERS-4A faz parte de um acordo de cooperação com a China desde 1988”, escreveu o presidente.
O CBERS-4A é o sexto satélite desenvolvido pelo Programa CBERS, acordo firmado em 1988 pelos governos brasileiro e chinês. A parceria garantiu aos dois países o domínio da tecnologia do sensoriamento remoto para observação da Terra. O satélite fornecerá imagens para monitorar o meio ambiente, como identificação de desmatamentos e desastres naturais, e para acompanhar a expansão agropecuária, das cidades, a situação de reservatórios de água, dos rios e da região costeira, entre outras aplicações.
Com mais de 30 anos, o programa está em sua segunda geração de satélites. De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o CBERS-4A leva a bordo duas câmeras brasileiras (MUX e WFI) e uma chinesa (WPM).
A MUX (Câmera Multiespectral Regular) vai gerar imagens de 16 metros de resolução, com revisitas a cada 31 dias. A WFI (Câmera de Campo Largo) possui resolução de 55 metros, com revisitas a cada cinco dias, enquanto a WPM (Câmera Multiespectral e Pancromática de Ampla Varredura) tem resolução de dois metros em modo pancromático e de oito metros em RGB (Red-Green-Blue, multiespectral).
O CBERS-4A ficará em uma altitude de órbita mais baixa, 628,6 quilômetros (km) da superfície terrestre, em relação ao CBERS-4, atualmente em operação, que fica a uma distância de 778 km. Por causa disso, as imagens geradas terão melhor resolução espacial, segundo o governo brasileiro.
Imagem da região metropolitana de Belém tirada pelo satélite CBERS-4, atualmente em operação – Divulgação/Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
Floripasat
O Floripasat, também citado por Bolsonaro em seu Tweet, é um projeto desenvolvido por alunos de graduação, mestrado e doutorado dos cursos de Engenharia Elétrica, Automação e Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O FloripaSat-1 é um cubeSat de pesquisa tecnológica construído em parceria com o programa Uniespaço da Agência Espacial Brasileira (AEB).
Segundo a UFSC, um cubeSat é um tipo de satélite miniaturizado (nanossatélite), medindo múltiplas unidades cúbicas de 10cm (formato 1U) e pesando não mais do que 1,33 kg por unidade. Idealizado pelo grupo FloripaSat, coordenado pelo professor Eduardo Augusto Bezerra, o projeto tem vida útil estimada em dois anos e apresenta como principal objetivo envolver estudantes em uma missão espacial completa, além de capacitação, pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para a área espacial.
Em sua postagem no Twitter, Bolsonaro disse que o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, está sendo preparado para voltar a lançar satélites a partir de 2021. Um acordo de salvaguardas tecnológicas foi assinado entre Brasil e Estados Unidos em março deste ano para permitir o lançamento, a partir de Alcântara, de equipamentos com tecnologia norte-americana. “O CLA continua em preparação para lançar satélites do Brasil, entre eles os brasileiros, de pequeno porte, a partir de 2021”, tuitou.