De acordo com Ministério da Economia, economia brasileira está se aquecendo devido aos juros baixos, liberação do saque do FGTS e expansão do crédito
Brasília — O governo elevou nesta terça-feira sua projeção para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) este ano a 2,4%, sobre 2,32% anteriormente, citando fatores como a baixa taxa de juros e a expansão do crédito livre como motores do crescimento econômico.
Com isso, a previsão ficou mais otimista que a do mercado, atualmente em 2,30%, conforme boletim Focus mais recente, feito pelo BC junto a uma centena de economistas.
Em seu boletim macrofiscal, a secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia também ajustou para cima a expectativa de elevação do PIB em 2019 a 1,12%, sobre 0,9% anteriormente.
Segundo a SPE, os indicadores de atividade têm apresentado “boas surpresas”, com destaque para os setores de serviços, comércio e construção civil.
A secretaria defendeu que uma parte importante da retomada econômica no segundo semestre de 2019 veio por conta da liberação de saques do FGTS, o que deve se estender ao longo dos três primeiros meses deste ano.
“Além disso, a redução das taxas de juros deve começar a apresentar efeitos na atividade no primeiro semestre de 2020, especialmente a partir do segundo trimestre”, pontuou.
Atualmente, a Selic está na mínima histórica de 4,5% e há expectativas de que os juros caiam mais 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em fevereiro.
Na visão da SPE, a expansão do crédito livre é “combustível” para o crescimento da atividade econômica e tem mostrado alta considerada consistente.
Para a inflação medida pelo IPCA neste ano, a nova grade de parâmetros macroeconômicos passou a apontar alta de 3,62%, ante patamar de 3,53% informado em novembro, abaixo do centro da meta deste ano, que é de um IPCA de 4%, com margem de 1,5 ponto para mais ou para menos.
Déficit primário
Em coletiva de imprensa, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, afirmou que o déficit primário de 2019 ficará próximo de 70 bilhões de reais, com estabilidade para a dívida bruta.
Para 2020, ele destacou que a dívida bruta como proporção do PIB não ultrapassará 80%, flutuando com pequenas elevações e reduções ao longo dos meses.
Segundo Waldery, o resultado primário necessário para estabilizar a dívida bruta/PIB é bem menor do que o calculado anteriormente, tendo caído “praticamente pela metade”.
Se o valor era de 2% em superávit primário, esse número já ficou bem melhor”, afirmou.
Mesmo assim, ele ressaltou que o governo deve seguir focado em seus esforços de ajuste fiscal, uma vez que o endividamento médio de países com perfil similar ao do Brasil é mais baixo, da ordem de 50% do PIB.