Medida, que inclui presos políticos, foi adotada após avanço do coronavírus no Irã
O líder supremo do Irã vai perdoar 10 mil prisioneiros, incluindo presos políticos, para marcar o novo ano iraniano, que será celebrado nesta sexta-feira (20). O Irã é, a essa altura, um dos países mais afetados pela pandemia do novo coronavírus, tendo registrado pelo menos 17 mil casos confirmados e mais de 1.100 mortes.
“Um grande número de prisioneiros que foi libertado temporariamente não tem de voltar para a prisão, após o perdão do líder”, garantiu Gholamhossein Esmaili, um porta-voz judicial em declarações à televisão estatal.
Esmaili esclareceu que esse perdão, por ocasião do Noruz – o ano novo iraniano – também inclui detidos por questões de segurança, ou seja, prisioneiros políticos, que tenham pena inferior a cinco anos de prisão.
Na terça-feira (17), o porta-voz anunciou que as autoridades iranianas tinham libertado 85 mil prisioneiros, incluindo presos políticos, como resposta à pandemia de Covid-19, evitando dessa forma que as prisões sobrelotadas se transformem em local de contágio.
O porta-voz não esclareceu se o perdão vai incluir Nazanin Zaghari-Ratcliffe, uma britânica-iraniana que foi para o país como trabalhadora humanitária e que foi condenada a cinco anos de prisão em 2016, por espionagem. Zaghari-Ratcliffe foi uma das prisioneiras políticas libertadas na terça-feira.
O surto de coronavírus no país tem levado as Nações Unidas e, em particular, os Estados Unidos, a apelarem à libertação de dezenas de cidadãos com dupla nacionalidade e estrangeiros.
De acordo com as autoridades iranianas, existiam em janeiro cerca de 185.500 de detidos nas prisões do país. Acredita-se que algumas centenas tenham sido detidas durante os grandes protestos antigovernamentais que ocorreram no Irã em novembro de 2019.
*Emissora pública de televisão de Portugal