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Já sob efeito do coronavírus, PIB cai 1,5% no 1º trimestre

Número marca o menor resultado para o período desde o segundo trimestre de 2015; políticas de isolamento começaram a ser adotadas no país em março

Pedestre usando máscara protetora segura um guarda-chuva enquanto passa em frente a lojas temporariamente fechadas no bairro de Campo Grande, no Rio de Janeiro. 7 de maio de 2020. (Andre Coelho/Bloomberg)

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu 1,5% no primeiro trimestre de 2020, na comparação com o último trimestre do ano anterior, afetado pela pandemia do novo coronavírus e o distanciamento social, informou o IBGE nesta sexta-feira, 29.

A queda interrompe uma sequência de quatro trimestres de crescimentos seguidos e marca o menor resultado para o período desde o segundo trimestre de 2015 (-2,1%), ressalta o instituto. Com isso, o PIB está em patamar semelhante ao que se encontrava no segundo trimestre de 2012.

“Aconteceu no Brasil o mesmo que ocorreu em outros países afetados pela pandemia, que foi o recuo nos serviços direcionados às famílias devido ao fechamento dos estabelecimentos. Bens duráveis, veículos, vestuário, salões de beleza, academia, alojamento, alimentação sofreram bastante com o isolamento social”, explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, em nota.

O consumo das famílias, que responde por 65% do PIB, teve a maior queda (-2%) desde a crise do apagão em 2001, enquanto o consumo do governo ficou praticamente estável.

Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo), por outro lado, cresceram 3,1%, puxados pela importação líquida de máquinas e equipamentos pelo setor de petróleo e gás.

Já a balança comercial brasileira teve uma queda de 0,9% nas exportações de bens e serviços, enquanto as importações de bens e serviços cresceram 2,8%.

Previsões de instituições financeiras e de pesquisa, como o Bradesco e o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), projetam uma queda de -1% na economia brasileira nos três primeiros meses do ano. Já o Itaú BBA prevê um tombo de -0,5%.

O fraco desempenho dos indicadores de atividade econômica em março foi suficiente para comprometer o resultado do primeiro trimestre como um todo.

O destaque negativo no setor de serviços foi em  transporte, armazenagem e correio (-2,4%), informação e comunicação (-1,9%), comércio (-0,8%), administração, saúde e educação pública (-0,5%), intermediação financeira e seguros (-0,1%). A única variação positiva veio das atividades imobiliárias (0,4%).

Já na indústria, a queda foi puxada pelo setor extrativo (-3,2%). Também tiveram taxas negativas a construção (-2,4%), as indústrias de transformação (-1,4%) e a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-0,1%).

 

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