Justiça sugere retorno gradual das aulas presenciais nas escolas particulares do DF

Publicado por Redação em

Proposta foi apresentada em audiência online de conciliação. Sindicatos que representam colégios privados divergem no entendimento; decisão deve sair nesta quarta-feira (5).

Escola particular na Asa Norte, no DF, se prepara para a volta às aulas após a pandemia de coronavírus — Foto: TV Globo/Reprodução

A Justiça do Trabalho sugeriu, em audiência de conciliação realizada nesta segunda-feira (3), que as escolas particulares do Distrito Federal retomem as aulas presenciais, de “modo escalonado”, a partir do dia 10 de agosto. Os sindicatos que representam os estabelecimentos privados divergem da proposta (veja abaixo).

A audiência contou com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), de membros de dois sindicatos das escolas particulares e do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), além de representantes do GDF.

Veja proposta:

  • 10 de agosto: alunos do ensino médio e profissionalizante
  • 17 de agosto: 6º ao 9º ano
  • 24 de agosto: 1º ao 5º ano

A proposta apresentada pela Justiça prevê a volta das aulas presenciais, na primeira semana, para os alunos do ensino médio e profissionalizante. Em seguida retornariam os estudantes do ensino fundamental II e, por fim, as crianças da educação infantil.

Agora, a Justiça do trabalho aguarda um retorno do GDF sobre a medida e deve tomar uma decisão até esta quarta-feira (5).

O que dizem os sindicatos

O calendário com retorno gradual a partir de 10 de agosto já era defendido pelo Ministério Público do Trabalho e pelo Sindicato dos Professores de Escolas Particulares (Sinproep).

De acordo com o diretor jurídico do Sinproep, Rodrigo de Paula, a proposta é “razoável” e permite uma “melhor avaliação” do contexto da pandemia do novo coronavírus no DF. “Assim, a gente pode ter mais segurança na retomada das aulas presenciais”, afirma.

No entanto, o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe-DF) não concordou com a proposta. A entidade afirma que é preciso “resguardar a autonomia” das escolas e defende o retorno imediato das aulas, porque considera que, desde março, os colégios estudam medidas de proteção.

Apesar do impasse, os sindicatos garantem que mesmo com o retorno das aulas presenciais, as famílias que não se sentirem seguras em levarem os filhos para a escola, poderão continuar com as aulas online.

‘Momento arriscado’

Desde maio, o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF pede o retorno presencial das aulas. Na mesma época, o governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou que voltar as aulas naquele momento era “arriscado” e disse que o retorno em agosto “agradava”.

Governador do DF, Ibaneis Rocha — Foto: TV Globo/Reprodução

Governador do DF, Ibaneis Rocha — Foto: TV Globo/Reprodução

“Eu tenho uma posição em relação às escolas um pouco mais restritiva, principalmente por conta dos estudos que vieram da Secretaria de Educação e foram submetidos à Secretaria de Saúde. A gente voltar com escolas nesse momento é um pouco arriscado. Eu não decidi ainda, vamos analisar durante o mês de maio, mas espero que a gente prorrogue isso aí”, disse Ibaneis, na época.

No dia 2 de julho, o governador autorizou que as escolas particulares voltassem com as aulas presenciais em 27 de julho. No entanto, dois dias antes, o juiz do trabalho Gustavo Carvalho Chehab suspendeu por dez dias o retorno das aulas presenciais nas escolas particulares.

De acordo com o juiz, não era seguro retomar as aulas até que as medidas de proteção tomadas pelas escolas fossem explicadas, ou até quando fosse possível identificar uma tendência de baixa de casos e mortes.


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