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sábado, 23/11/24
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Groelândia bateu recorde de degelo das calotas polares em 2019

Esta perda é pelo menos 15% maior do que o último recorde registrado em 2012 e confirma uma tendência a longo prazo

Degelo na Groelândia: derretimento equivale ao conteúdo de seis piscinas olímpicas por segundo (AFP/AFP)

As calotas polares da Groelândia perderam 532 bilhões de toneladas de gelo em 2019, um novo recorde para este gigantesco território ártico, o que ameaça acelerar a elevação do nível dos oceanose o futuro de milhões de pessoas, segundo um novo estudo.

Este degelo, equivalente ao conteúdo de seis piscinas olímpicas por segundo, representou a principal fonte de elevação do nível do mar em 2019 – 1,4 milímetros, 40% do total -, de acordo com as conclusões dos pesquisadores, publicadas na quinta-feira  na revista “Communications Earth & Environment”.

Esta perda é pelo menos 15% maior do que o último recorde registrado em 2012 e confirma uma tendência a longo prazo, alertam os autores do estudo.

Além de 2019, “os outros quatro anos recorde foram registrados na última década”, explica à AFP o principal autor do estudo, Ingo Sasgen, glaciologista do centro Helmholtze de Pesquisa Polar e Marinha (Alemanha).

Na semana passada, outro estudo publicado na mesma revista já havia alertado sobre o degelo irremediável das calotas da Groenlândia, que continuaria “mesmo se a mudança climática fosse contida agora”, já que as nevadas não compensam mais as perdas.

Os relatórios alarmantes sobre esta ilha de dois milhões de km2 (quase 4 vezes a superfície da França), cercada por 75% do Oceano Ártico e coberta em 85% de gelo, se multiplicam há anos.

A região se aquece duas vezes mais rápido do que o restante do planeta. Nos anos 1980 e 1990, as calotas polares perdiam por volta de 450 gigatoneladas (450 bilhões de toneladas) de gelo por ano, mas eram substituídas pelas nevadas.

A partir dos anos 2000, o degelo acelerou, aumentando até 500 gigatoneladas anuais que não foram compensadas, segundo os autores do estudo publicado em 13 de agosto.

A menor frequência de nevadas, que também é uma consequência da mudança climática, reduz a cobertura das nuvens e, nos dias mais quentes, isso acelera o degelo.

No entanto, Ingo Sasgen considerou cedo demais para falar de um ponto sem reversão.

“Isso não significa que não seja importante tentar conter o aquecimento. Cada décimo de grau impedirá um pouco o aumento do nível do mar”, disse o pesquisador.

O degelo neste território provocou uma alta de 1,1 cm entre 1992 e 2018, calcularam os autores de um estudo publicado em dezembro passado na Nature.

Segundo o grupo de especialistas climáticos da ONU (IPCC), o nível do mar aumentou 15 cm no século XX.

Devido a este fenômeno, combinado com a mudança climática, em 2050 mais de um bilhão de pessoas que vivem em regiões costeiras estarão particularmente expostas a inundações e eventos climáticos extremos.

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