Interrupção do serviço afeta pelo menos seis regiões da capital. Sindicato alega falta de pagamento; empresa afirma que pagou 82% dos salários.

Cobradores e motoristas de ônibus da empresa Auto Viação Marechal decidiram cruzar os braços, na manhã desta terça-feira (6), e paralisaram a circulação de 464 ônibus no Distrito Federal. O sindicato que representa a categoria alega falta de pagamento.
De acordo com a direção da empresa, o protesto relâmpago afeta pelo menos seis regiões: Taguatinga, Ceilândia, Águas Claras, Estrutural, Vicente Pires e Guará. Ainda segundo a Marechal, até o momento, 82% dos salários dos funcionários foi quitado.
“A crise causada pelo novo coronavírus reduziu em cerca de 60% o número de passageiros transportados, mas a empresa continuou operando com 100% da frota desde o início da pandemia, não reduziu salários ou suspendeu contratos, mantendo todos os postos de trabalho sem nenhuma demissão”, informou a Marechal, em nota.
A empresa ressalta, ainda, que a pandemia reduziu a receita para apenas 40% do que era antes do período, “levando à insustentabilidade da operação”.
Aumento da tarifa
A empresa de ônibus informou que apresentou ao governo do Distrito Federal (GDF) “diversas” propostas de revisão tarifária para que ocorra um “equilíbrio econômico” e que o edital de licitação não foi implementado. Além disso, com a pandemia da Covid-19, o quadro ficou mais crítico.
A Marechal continuará fazendo todos os esforços para cumprir os compromissos com seus colaboradores, fornecedores e prestadores de serviço, além do pagamento de todos os impostos, porém ainda não foi encontrada solução definitiva para a sustentabilidade do Sistema de Transporte Público Coletivo do DF (STPC-DF).”.
A reportagem entrou em contato com o Sindicato dos Rodoviários e com o GDF, mas, não obteve retorno até esta publicação.
Outra paralisação
Em 21 de setembro, os rodoviários da Marechal fizeram outra paralisação, também por falta de pagamentos. O protesto relâmpago afetou 464 ônibus, que atendem cinco regiões da capital.
Dessa vez, a interrupção do serviço foi devido ao atraso de um adiantamento de 40% do salário, segundo o sindicato que representa a categoria.