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segunda-feira, 23/12/24
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Brasileiros estão entre os que menos confiam em Trump, diz pesquisa

Os brasileiros têm menos confiança em Donald Trump do que italianos ou britânicos. Mas a visão sobre os EUA segue sendo positiva

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, em visita à Casa Branca: nível de confiança dos brasileiros no mandatário americano é baixo (Kevin Lamarque/Reuters)

O presidente americano, Donald Trump, tenta uma nova vitória entre os eleitores dos Estados Unidos na eleição desta terça-feira, 3 de novembro. Mas, se dependesse do resto do mundo, as chances de uma vitória do presidente americano seriam pequenas. E o Brasil está entre os países onde menos se confia em Trump.

É o que mostra um estudo do Pew Research Center, instituto americano de pesquisas de opinião pública, que sondou a visão que os cidadãos de outros países têm da gestão Trump com relação às questões globais.

No Brasil, uma minoria de 28% dos entrevistados disse ter confiança de que Trump “fará a coisa certa com relação aos temas globais”. É uma das menores taxas do mundo entre os países pesquisados, igual à do Canadá, vizinho americano, e só um pouco maior que a de Argentina, Holanda, França, Espanha, na casa dos 20%, e da Alemanha, em 13%.

Os brasileiros têm menos confiança em Trump do que em alguns países da Europa, como na Itália (32%), no Reino Unido (32%) e na Hungria (33%). A pesquisa foi feita no ano passado, portanto antes da pandemia do novo coronavírus, e divulgada em agosto deste ano.

Os locais com maior apoio a Trump globalmente são as Filipinas e Israel, onde mais de sete em cada dez pessoas têm confiança em Trump. A Índia, a Nigéria e a Polônia também têm mais de 50% de confiança no presidente americano.

Na eleição americana deste ano, Trump concorrerá com o democrata Joe Biden, ex-vice-presidente na gestão de Barack Obama. Por ora, Biden aparece com vantagem grande nas pesquisas nacionais, mas, nos estados do Meio-Oeste e do Sul — decisivos para ganhar a eleição nos EUA devido ao modelo do colégio eleitoral –, a disputa está mais apertada, com vitória de poucos pontos percentuais ou empate. Trump precisaria de uma vitória nesses estados para conseguir a reeleição, o que ainda é possível, mas, segundo o FiveThirtyEight, tem 10% de chance de acontecer.

Visão sobre os EUA é favorável

Segundo o estudo do Pew, a rejeição a Trump é maior do que aos Estados Unidos como um todo. Embora só 28% confiem nas decisões de Trump, 56% dos brasileiros têm uma visão favorável dos EUA, uma das maiores taxas do mundo e superior a vários países da Europa.

Em alguns países, a pesquisa mediu a aprovação de Trump dentre os eleitores que apoiam alguns partidos específicos de extrema-direita, e constatou que o apoio de Trump é muito maior nestes grupos, passando de 40% ou 60% na maioria deles. É o caso do UKIP no Reino Unido, o Alternativa para a Alemanha na Alemanha, o Vox na Espanha e a Frente Nacional de Marine Le Pen na França.

No Brasil, quando levados em conta somente os eleitores que se classificam à direita ideológica no espectro político, a aprovação de Trump  sobe dos 28% totais para 38%.

Na comparação com outros quatro líderes globais pesquisados, Trump teve avaliação pior do que alemã Angela Merkel e o francês Emmanuel Macron. Na média global, o presidente tem mais desconfiança contra si (64%) do que o russo Vladimir Putin (57%) e o chinês Xi Jinping (43%, embora, no caso de Xi, mais entrevistados disseram não saber responder, o que pode ter reduzido sua rejeição).

Trump “perderia” na Europa

Uma outra pesquisa, do instituto YouGov feita com eleitores europeus, mostrou que, se eles pudessem votar, Trump perderia a eleição no voto majoritário. Mesmo na Itália, onde tem a maior aprovação, o presidente teria somente 20% dos votos. Na Dinamarca, teria 6%.

A pesquisa da YouGov sobre a preferência dos europeus também aponta que eles não confiam no sistema eleitoral americano, com menos de 20% dos eleitores afirmando que as eleições americanas serão justas e livres. Há uma preocupação crescente sobre a disputa eleitoral desta semana ir parar na Justiça, exigindo recontagem dos votos ou com acusações de fraude em votos pelos correios.

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