A prefeitura de Eldorado, no interior paulista, informou nesta sexta-feira (19) que irá instaurar sindicância administrativa para apurar o relato do presidente Jair Bolsonaro de que o funcionário responsável por vacinar sua mãe teria rasgado um cartão de registro da imunização e trocado por outro documento.
O presidente afirmou, em uma transmissão nas redes sociais, que o auxiliar que imunizou Olinda Bonturi Bolsonaro teria registrado, inicialmente, o uso da vacina Oxford/AstraZeneca. Em seguida, ainda de acordo com ele, rasgou o documento e o substituiu por um cartão informando a imunização com a Coronavac, do Instituto Butantan.
A mãe do presidente foi vacinada na sexta-feira passada (12), em sua residência, no município do Vale do Ribeira. A Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Eldorado informou que os dados referentes à vacinação só podem ser divulgados por autorização expressa da pessoa ou dos familiares. O órgão relatou que, além da sindicância administrativa, “outras medidas legais também poderão ser tomadas no decorrer das investigações”.
O governo do estado de São Paulo, ao comentar sobre o caso, informou, por meio de nota, que não divulga dados individualizados dos vacinados, “mesmo sabendo que nove em cada 10 vacinas contra o coronavírus distribuídas no Brasil são produzidas pelo Instituto Butantan (Coronavac)”.
– Independentemente de qual vacina, [a de] Oxford ou [a] do Butantan, o governo de São Paulo reforça a importância de todos se vacinarem. Somente com a vacinação em massa dos brasileiros será possível voltar a normalidade – diz um trecho do comunicado.
A Prefeitura de Eldorado informou que recebeu um total de 2.861 doses da vacina Coronavac e de 80 doses da AstraZeneca. Funcionários disseram ao Estadão que, no mesmo dia em que ela foi imunizada, outras 25 pessoas da mesma faixa etária receberam a vacina – todas as doses aplicadas no dia seriam da Coronavac, segundo os funcionários.