O anúncio é feito enquanto um número recorde de migrantes sem documentos cruza do México para os Estados Unidos
O estado de Nova York fará pagamentos únicos de até 15 mil dólares a imigrantes sem documentos que perderam o trabalho durante a pandemia, a partir de um fundo bilionário defendido por democratas progressistas e reprovado por republicanos.
Os pagamentos, de longe os maiores desse tipo nos Estados Unidos, ajudarão dezenas de milhares de pessoas que chegaram ilegalmente aos Estados Unidos e não podem receber o seguro-desemprego ou cheques de estímulo federais.
O legislativo estadual aprovou nesta quarta-feira (7/4) o fundo de 2,1 bilhões para “trabalhadores excluídos”, como parte do orçamento estadual de 212 bilhões para o ano fiscal de 2022.
O Fiscal Policy Institute, organização sem fins lucrativos que apoia a iniciativa, diz que mais de 90 mil imigrantes embolsarão valores de até 15.600 dólares, e cerca de 200 mil outros receberão mais de 3 mil dólares.
O fundo ultrapassa e muito um programa de alívio semelhante da Califórnia no ano passado, quando o estado reservou 75 milhões de dólares para fazer pagamentos de 500 dólares a pessoas sem papéis.
O fundo de Nova York foi promovido por democratas progressistas e demandado por organizações de apoio a imigrantes durante manifestações recentes. “Isso é que é justiça econômica”, publicou no Twitter a democrata Carmen De La Rosa, congressista de Nova York que ajudou a promover a medida.
O anúncio é feito enquanto um número recorde de migrantes sem documentos cruza do México para os Estados Unidos. Muitos republicanos condenaram a proposta.
“Pela minha vida, nunca irei entender por que os democratas colocam os cidadãos de outros países na frente dos cidadãos americanos, que os elegeram, e por que os contribuintes continuam votando neles depois de sofrerem constantes abusos”, declarou a legisladora republicana Nicole Malliotakis.
Alguns democratas em cadeiras que podem se tornar republicanas nas eleições do ano que vem também se opõem ao fundo, de acordo com o “New York Times”. O governador do estado, Andrew Cuomo, enfraquecido por um escândalo de assédio sexual, afirmou que, embora concordasse com o orçamento a princípio, estava preocupado com potenciais “fraudes”.