Vítimas contaram na delegacia que, em sessões de fotos em Águas Claras, homem ‘passou a mão’ no corpo delas. Em um dos casos, ele teria pedido fotografias da jovem nua; defesa diz que vai se pronunciar apenas no processo.
A Delegacia Especial de Atendimento à Mulher 1 (Deam 1) do Distrito Federal investiga um fotógrafo suspeito de assediar sexualmente pelo menos duas mulheres em Águas Claras. Segundo os policiais, uma das vítimas é adolescente, mas não teve a idade divulgada, e a outra tem 24 anos.
De acordo com os investigadores, a suspeita é de que o homem passava a mão nas mulheres durante os ensaios fotográficos. Em um dos casos, ele manteve contato com a vítima e passou a pedir fotos dela nua. A defesa do homem disse que vai se pronunciar apenas no processo.
Esse crime, segundo a denúncia, ocorreu contra a jovem de 24 anos. De acordo com a investigação, no estúdio fotográfico, o suspeito teria tocado a vítima e dito que a atitude “fazia parte do trabalho”.
Após o episódio, o homem passou a importunar a mulher, segundo o relatado à polícia, pedindo fotos da sua genitália. Em 1° de maio, no entanto, ele disse para ela que não queria mais contato, ficou com as fotografias da jovem e não efetuou o pagamento pelos serviços prestados.
A mulher denunciou o caso no dia 8 de junho. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados. Além da vítima, segundo a Polícia Civil, há uma testemunha do crime. De acordo com o Código Penal, constranger alguém com intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual é considerado crime. A pena prevê detenção de um a dois anos.
Investigação
A delegada à frente do caso, Simone Alencar, da Deam 1, disse que o caso ainda está sob investigação e que vai ouvir a adolescente e o fotógrafo. Com a divulgação do caso, a delegada vai aguardar se aparecem mais vítimas.
“O autor vai apresentar sua versão dos fatos, e a ocorrência está em investigação. Caso surjam vítimas menores de idade, serão ouvidas em procedimento de oitiva especializada”, disse.
Violência
Levantamento mais recente da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) mostra que houve 97 registros de importunação sexual de janeiro a maio desse ano, uma redução de 11,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2020, as delegacias da capital registraram 110 crimes desse tipo.
Além disso, um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde mostra que 125 mil mulheres no Distrito Federal sofreram violência sexual alguma vez na vida. Os dados representam 1 vítima em cada 10 entrevistadas.
O levantamento faz parte da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), que, em 2019, visitou 100 mil domicílios brasileiros. O resultado foi divulgado no dia 7 de maio.