Mulher foi presa na noite de segunda-feira (25/10), na zona rural de Valadares. Ela nega que tenha torturado a filha com frieza
As delegadas de polícia Adeliana Xavier Santos e Daniely Muniz, e o delegado Márdio Bento Costa, que investigam a morte de um bebê de 6 meses, em decorrência de tortura, detalharam durante entrevista, na tarde desta terça-feira (26/10), como se deram as primeiras investigações sobre esse caso e como serão as fases seguintes do inquérito policial.
A principal suspeita de ter praticado as agressões contra o bebê, a própria mãe, uma mulher de 20 anos, foi presa na noite de segunda-feira (25/10), na casa de parentes, no distrito de Xonin de Baixo, zona rural de Governador Valadares. Ela já tinha sido ouvida no dia seguinte à morte da filha (22/10), com o namorado. Os dois foram liberados naquele mesmo dia.
Mas com o decorrer das investigações, a delegada Daniely Muniz, que preside inquérito policial, com base em elementos que ela considera gravíssimos, pediu à justiça a prisão temporária da mãe da criança.
O delegado Márdio Bento, que integra a equipe de delegados que investigam o caso, explicou que sua equipe se apressou em efetuar a prisão da jovem na segunda-feira à noite, depois de receber informações de que ela poderia fugir para o Espírito Santo.
O que mais impressionou os policiais foi a frieza da mãe em todos os momentos nos quais ela foi ouvida por eles. “Ela não se emocionou, não chorou, não demonstrou reação alguma ao ver as fotos da filha com os sinais das lesões”, disse a delegada Daniely Muniz.
O caso
O crime que chocou os moradores de Governador Valadares ocorreu no Bairro Carapina, um morro localizado na área central da cidade. A denúncia, segundo a delegada Adeliana Santos, chegou ao plantão da delegacia da Polícia Civil na noite de quinta-feira (21/10), depois que a equipe médica do Hospital Municipal recebeu a bebê com várias lesões pelo corpo e a encaminhou ao Instituto Médico Legal.
Na sexta-feira (22/10), a mãe do bebê e o namorado foram levados à delegacia e prestaram os primeiros depoimentos. A mãe negou que havia agredido a filha. O namorado contou aos policiais que ele estava com a mãe e a bebê na casa dele, no Carapina. O bebê começou a chorar muito e a mãe saiu com a filha no colo, para o quintal. Voltou logo em seguida com a criança desacordada.
O namorado contou que, ao ver a criança desacordada, pediu ajuda aos vizinhos para levá-la ao hospital. O que foi feito de imediato. A criança chegou sem vida ao HM, com um ferimento que pode ter sido causado por unha e outro que parecia ser uma mordida. E outras lesões, que no exame preliminar do IML, foram tratados como politraumatismo e laceração hepática.
No andamento do processo, os delegados, com o apoio de peritos, vão identificar se houve participação de mais pessoas nas agressões e se houve omissão do namorado em relação à tortura praticada. A mãe do bebê foi levada ao presídio de Conselheiro Pena, distante 94 quilômetros de Governador Valadares.