Até quarta-feira, 75% do pessoal da Polícia de Nova York e 64% dos bombeiros havia recebido pelo menos uma dose da vacina
Em muitos bairros da cidade de Nova York, o lixo se acumulava nesta quinta-feira (28), no que as autoridades consideram um protesto contra a obrigatoriedade da vacina anticovid para todos os funcionários municipais, que entra em vigor em 1º de novembro.
“É inaceitável”, disse o prefeito Bill de Blasio, anunciando que o ato “terá consequências”. “As pessoas podem não concordar com a decisão, mas esta decisão é pela saúde e segurança dos nova-iorquinos”, declarou.
Em 20 de outubro, a prefeitura anunciou que depois de professores e profissionais de saúde, os demais funcionários públicos do município, incluindo policiais, bombeiros e coletores de lixo, terão que apresentar um certificado de vacinação para terem acesso a seus empregos a partir de novembro.
“Não é justo com seus colegas, não é justo com seus vizinhos, não é justo com os nova-iorquinos. Vocês estão sendo pagos, vocês têm que fazer o trabalho”, disse ele aos grevistas perante a imprensa.
Até quarta-feira, 75% do pessoal da Polícia de Nova York havia recebido pelo menos uma dose da vacina e 64% dos bombeiros, enquanto nos serviços de saúde esse número é de 67%, segundo dados citados pelo prefeito.
De Blasio se mostrou otimista e espera que “muitos sejam vacinados até o final do prazo”.
Para estimular a imunização entre seus funcionários em uma das cidades mais atingidas pela covid-19, a prefeitura prometeu 500 dólares no próximo pagamento para quem receber uma dose até 29 de outubro.
Cerca de 9.500 pessoas trabalham recolhendo e reciclando cerca de 12.000 toneladas de resíduos produzidos por 8,8 milhões de habitantes todos os dias, de acordo com o Departamento de Saneamento do município.
Os primeiros bairros afetados por esta greve secreta foram Brooklyn e Staten Island.
Prevendo que muitos funcionários não irão trabalhar na segunda-feira por não estarem vacinados, o prefeito, que está no final de seu segundo mandato, prometeu que os nova-iorquinos estarão seguros.
O maior sindicato de bombeiros da cidade alertou na quarta-feira – depois de um juiz negar a anulação da ordem do prefeito – que Nova York está enfrentando uma “crise real”.
Os principais serviços estão se preparando para aumentar as jornadas de trabalho e até suspender os dias de descanso.
O Departamento de Bombeiros prevê uma redução de 20% no serviço de ambulâncias na cidade e o fechamento de um quinto de suas unidades na segunda-feira.
“Vamos recorrer a todos os meios a nosso alcance, incluindo horas extras, ajuda mútua de outros prestadores de serviços médicos de urgência e mudanças significativas nos turnos do nosso pessoal”, disse na quarta-feira em nota o chefe dos bombeiros Daniel A. Nigro.
Os trabalhadores do sistema prisional têm até dezembro para apresentar um certificado de vacinação, devido à falta de pessoal que já afeta o complexo penitenciário de Rikers Island.