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sexta-feira, 01/11/24
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Após confusão em loja de carros, atitude agressiva de PM é investigada

Confusão teria começado após um militar, armado, chamar os funcionários de uma loja de carros de “picaretas”

(crédito: Reprodução/Redes sociais)

Um sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) se exaltou durante uma discussão e sacou a arma de serviço para intimidar trabalhadores de uma concessionária na Cidade do Automóvel, no Setor de Indústrias de Abastecimento (SIA). Funcionários do local gravaram o momento em que o policial pega o revólver e aponta para baixo, enquanto ameaça o dono do local “vem pra cima”. Houve troca de ofensas entre as duas partes, até que o PM deu voz de prisão ao proprietário da loja por desacato. O 15ª Batalhão da PMDF foi acionado. Todos os envolvidos foram encaminhados para a 8ª Delegacia de Polícia (SIA). O caso foi na quinta-feira (4/11).

Em vídeo divulgado nas redes sociais, o sargento está parado no meio da rua, em frente a concessionária, ao lado do carro e armado. “Eu estou paradinho aqui. Aqui, no meu lugar. Vem para cima”, intimida o militar. O comerciante responde: “Não precisa ficar paradinho não, está tudo gravado”. Os dois trocam insultos. O PM afirma que, na loja, todos são “picaretas”, mas o proprietário rebate: “Você está me chamando de picareta, seu vagabundo?”. Então, o policial dá voz de prisão: “Você está preso”.

Neste momento, o sargento aciona uma equipe de policiais militares, que, segundo os funcionários, em poucos minutos estavam na loja. Com a chegada do 15ª Batalhão, uma nova confusão começa. O comerciante afirma que está no seu local de trabalho e é levado para dentro do comércio. Um dos agentes da PM ordena que os funcionários se afastem do grupo: “se passar daqui, estão presos também”.

Ao menos quatro policiais atuaram para cercar e prender o empresário. Os funcionários do estabelecimento, ao verem a atuação policial, tentam intervir e são impedidos de entrar na loja com spray de pimenta. Após muita discussão, o dono da concessionária foi levado para a 8ª Delegacia de Polícia pelo 15ª Batalhão da PMDF. Ele foi autuado por desacato e danos simples.

Entenda

Tudo começou após a concessionária se recusar a executar um serviço em carro comprado na loja meses antes. O dono do veículo é irmão do policial e teria entrado em contato o estabelecimento depois que o prazo de garantia expirou. Quando o PM foi buscar o irmão, ele se referiu aos trabalhadores como “picaretas”, e o bate-boca teve início.

O Correio conversou com um dos funcionários que estavam presentes quando aconteceu a confusão, e ele explicou que o veículo foi comprado entre abril e março deste ano. “Demos toda a assistência quando (o carro) estava com a garantia, de acordo com o Código do Consumidor, de 90 dias. Ele trouxe o carro agora, mas o veículo já estava fora da garantia e com 40 mil km rodados”, destaca o funcionário.

Questionado sobre o ocorrido, a PMDF prestou esclarecimento a partir do relato do policial. “Ele (sargento) foi até a concessionária para buscar seu irmão que havia deixado um carro, adquirido na agência, para sanar problemas que apareceram no veículo. Ao chegar na agência, presenciou uma discussão entre seu irmão e o funcionário da agência, pois houve recusa em consertar o veículo. O policial falou para o irmão deixar o local, pois, ali, não seria resolvido o problema. O carro do policial foi cercado, e ele teve que descer e se posicionou em condições de se defender de agressões. O carro do policial chegou a ser avariado”, informou a corporação.

Apesar do relato do sargento afirmar que houve movimento dos trabalhadores contra ele. O dono da concessionária, Nuri Araruna Massuh, 54 anos, ressalta que isso não procede. “Nenhum funcionário chegou perto dele. O único que foi para cima e o ofendeu foi eu, já exaltado. Temos vídeos comprovando isso, que já está na corregedoria da PM”, explica.

A PMDF reforça que qualquer conduta dos policiais militares é passível de apuração pela Corregedoria. “O intuito é dar ampla defesa aos envolvidos e esclarecer os fatos. Sempre é aberto o procedimento apuratório da conduta para esclarecer melhor os fatos”, finaliza a corporação, em nota.

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