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segunda-feira, 23/12/24
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Dengue; chuvas é um alerta para o DF

De acordo com os dados do boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde, de janeiro a outubro deste ano foram notificados 21,2 mil casos da doença

Mosquito Aedes aegypti; dengue — Foto: Divulgação

O período de chuvas começou há cerca de um mês no Distrito Federal. Com isso, começam a surgir preocupações com doenças sazonais, entre elas, a dengue. Apesar das recentes quedas de casos registrados ao longo deste ano, especialistas alertam para a necessidade de manter cuidados pessoais e coletivos a fim de evitar uma explosão de infecções. As prevenções vão desde eliminação do mosquito vetor até o uso de roupas mais longas e de repelentes.

De acordo com os dados do boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde, de janeiro a outubro deste ano foram notificados 21,2 mil casos da doença, 65,86% a menos que no mesmo período do ano passado. Desses, quase 100% foram registrados em maio. Entre os óbitos, a queda foi de 84,5%. Ainda de acordo com o documento da secretaria, a Região Administrativa que mais registrou casos foi Planaltina, com 3.161, seguida de Sobradinho, que teve 1.409 infecções confirmadas em 2021.

Walter Ramalho, professor de epidemiologia da Universidade de Brasília (UnB), explica que há, pelo menos, quatro subtipos de dengue e que os dois últimos anos foram os mais epidêmicos. “No DF, temos uma grande circulação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue. Por isso, é importante termos um cuidado pessoal”, comenta. Ele afirma que o mosquito costuma se reproduzir em águas paradas. “O cuidado com criadouros ao redor do ambiente residencial é de suma importância para diminuir a transmissão de dengue”, complementa. Além disso, o especialista destaca a necessidade de se manter o cuidado coletivo. “Precisa fazer com que as pessoas possam estar sempre te protegendo. A proteção é dupla. Individual e coletiva”, explica Walter.

O professor diz que há estudos para avaliar quanto tempo dura a imunidade por dengue, mas alerta que há a possibilidade de surgirem novos tipos. “Temos quatro subtipos, mas, com o vírus circulando, pode ser que surja outra (dengue), e isso pode nos levar a uma nova epidemia de casos. A imunidade pode durar até uns cinco anos, mas ainda não existem dados certos sobre isso”, afirma o especialista.

De acordo com a Secretaria de Saúde, os cuidados passam por evitar água parada e vão até a limpeza de ralos e calhas. Atualmente, não há tratamento para a dengue, apenas o tratamento dos sintomas e repouso, conforme recomendações médicas. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o período de chuvas deve continuar até o início do ano que vem no DF.

Após contrair a dengue duas vezes, a funcionária pública Letícia Vilela, 38 anos, se recuperou bem, mas ainda se lembra do forte mal-estar causado pela doença. “Tinha muita dor no corpo e febre alta. O que mais me incomodava eram as manchas vermelhas espalhadas no corpo, porque elas coçavam bastante, principalmente nas palmas das mãos e nas solas dos pés. Era muito ruim a sensação”, recorda a moradora do Park Way.

Curada da doença, a servidora afirma que passou a redobrar os cuidados com a água parada. “Sei como é ruim pegar dengue, além de ter filhos pequenos em casa e saber do cuidado necessário”, ressalta Letícia. “A gente cuida da casa da gente, o problema é saber se o vizinho está fazendo a parte dele”, complementa.

Prevenção

O Governo do Distrito Federal (GDF) informou, por meio de nota, que a Secretaria de Saúde nunca deixou de fazer ações contra o Aedes aegypti, todos os dias e em todo o DF. “Informamos, ainda, que ontem (segunda-feira), divulgamos a contratação de 500 agentes de vigilância ambiental, que irão reforçar esses trabalhos”, declarou a pasta.

O trabalho de prevenção da vigilância epidemiológica consiste em orientar moradores a se desfazerem de material que deveria estar no lixo, bem como a adotarem os cuidados já conhecidos para combater a proliferação do Aedes aegypti, com o fim de pontos onde pode haver acúmulo de água, como em depósitos de água, vasos de plantas, garrafas, latas, baldes, pneus, dentre outros.

Outras ações consistem em armadilhas, feitas para capturar tanto o mosquito transmissor da doença quanto larvas e ovos. Já o fumacê é usado em locais com a confirmação de casos positivos e investigados.

Cuidados

Prevenção

» Evite água parada

» Tampe baldes, caixas d’água e tonéis

» Deixe garrafas viradas para baixo e mantenha lixeiras sempre tampadas

» Coloque areia nos pratos de vasos de plantas

» Mantenha ralos e calhas sempre limpos

» Use repelente

» Acione a Vigilância Ambiental, o SLU ou a Novacap caso suspeite que um local seja potencial foco do mosquito

Sintomas da dengue

» Febre

» Dor no corpo

» Fadiga associada a dor nas juntas

» Dor nos olhos e na cabeça

» Conjuntivite

» Mal-estar

» Manchas vermelhas pelo corpo

» Falta de apetite

Fonte:

Secretaria de Saúde

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