Altas temperaturas impactam também reatores de usinas de energia elétrica; moradores são orientados a economizar água e evitar irrigação do solo
Uma onda de calor recorde na França, com os termômetros acima dos 37ºC, está afetando diretamente a produção de milho e ameaça impactar a pecuária leiteira. Neste final de semana, a União Nacional dos Produtores Rurais alertou que as más condições de pasto, com as altas temperaturas e a escassez hídrica, podem causar uma redução da produção de leite nos próximos meses. Ao mesmo tempo, o Ministério da Agricultura anunciou que a colheita de milho deve ser 18,5% inferior este ano em relação ao ano passado.
Nos últimos dias, começou a faltar água e moradores de cidades menores precisaram recorrer a caminhões pipa. A emergência levou o gabinete da primeira-ministra Elisabeth Borne a montar um time de crise para debater soluções para o problema.
O país passa pelo pior seca desde que começaram as medições, em 1958. Segundo o governo francês, a escassez hídrica deve se intensificar até meados deste mês. Em várias partes da França, os moradores estão sendo orientados a economizar água, o que vale também para os agricultores.
As altas temperaturas também estão prejudicando para a geração de energia nuclear. Com a água dos rios aquecida, os reatores começaram a apresentar corrosão e questões relativas à necessidade mais intensiva de manutenção.