Uwe Herbert Hahn está preso pela morte do marido, Maximillen Biot. Vestígios foram encontrados nas fronhas do travesseiro onde o casal dormia, no vaso sanitário e próximo ao local onde o corpo estava.
Os policiais responsáveis pela perícia no apartamento do cônsul alemão Uwe Herbert Hahn, preso preventivamente pela morte do próprio marido, o belga Walter Maximillen Biot, encontraram diversas manchas de sangue e fezes no local, que chegou a ser limpo antes da chegada dos agentes.
Com auxílio de luminol, os peritos identificaram manchas de sangue no quarto, na sala e no banheiro do imóvel do casal, localizado em uma rua nobre de Ipanema, Zona Sul do Rio.
O luminol é usado para identificar a presença de sangue em locais que já foram lavados.
O sangue foi verificado nas fronhas do travesseiro onde o casal dormia, no vaso sanitário e próximo ao local onde o corpo foi encontrado por agentes do Samu que atenderam a ocorrência. Uma poltrona teve uma mancha de sangue lavada.
Peritos encontraram vestígios de sangue em travesseiro de apartamento onde viviam cônsul alemão e marido belga — Foto: Reprodução
Os agentes também levaram para análise roupas, fronhas, medicamentos e outros objetos que possam ser usados na solução do caso.
De acordo com o depoimento dado pela secretária do cônsul, o local foi limpo superficialmente pois o cão do casal estaria lambendo uma poça de sangue.
Uwe, que foi preso no começo da noite de sábado (6) e teve o pedido de habeas corpus negado pela Justiça do Rio, disse que o companheiro teve um mal súbito na noite de sexta (5), bateu a cabeça e morreu.
Poltrona com macha de sangue lavada — Foto: TV Globo
A análise do corpo no Instituto Médico-Legal (IML), junto com a perícia no apartamento, mostrou que o belga foi alvo de uma morte violenta.
“A conclusão foi baseada na perícia técnica, e a versão apresentada pelo cônsul de que a vítima se exasperou e caiu está na contramão das conclusões do laudo pericial. Ele aponta diversas equimoses, inclusive na área do tórax, que seria compatível com pisadura. Lesões compatíveis com agressão por instrumento cilíndrico. O cadáver grita as circunstâncias de sua morte“, disse a delegada Camila Lourenço, da 14ª DP, ao justificar o pedido de prisão do cônsul.
Walter Henri Maximillen Biot e o cônsul da Alemanha Uwe Herbert Hahn eram casados há 23 anos — Foto: Reprodução
Inicialmente, o Samu foi chamado para socorrer Walter, mas o médico encontrou o belga já em parada cardiorrespiratória e com lesões no corpo — em especial, uma na cabeça e outra nas nádegas —, a equipe não quis atestar a morte e o corpo foi encaminhado para o IML.
Maximillen e Uwe eram casados há 23 anos e viviam juntos no Brasil há quatro. Em maio, o casal soube que teria que se mudar para o Haiti, por conta do trabalho de Uwe nas representações diplomáticas da Alemanha.
O apartamento do cônsul tinha marcas de sangue — Foto: Tv Globo