O Departamento de Defesa dos EUA necessitará de US$ 42 bilhões (R$ 218 bilhões) adicionais no próximo ano fiscal para compensar a inflação crescente e alta nos preços de compra, de acordo com a Associação Industrial de Defesa Nacional.
Em um relatório publicado nesta terça-feira (13) estima-se que o Pentágono sofrerá uma perda no poder de compra de US$ 110 bilhões (R$ 571 bilhões) devido à inflação recorde.
O documento também adverte que isso “vem em um momento perigoso”, já que os EUA enfrentam desafios da China e ainda sofrem com as consequências da COVID-19, bem como com problemas nas cadeias de suprimentos e mão de obra. A crise também coincide com a operação russa na Ucrânia, um país que Washington provê com armas e outra ajuda.
“A inflação é particularmente perturbadora para a nossa defesa nacional porque o orçamento de longo prazo e os processos de aquisição usados [pelo Pentágono] impedem ajustes atempados à inflação”, afirma o relatório.
Se esse déficit não for corrigido, isso trará “atrasos na manutenção, menores índices de prontidão e atrasos nos esforços de modernização” e vários outros programas, prejudicando a prontidão geral das forças dos EUA.
Para salvar a situação, o relatório recomenda que o Congresso adicione pelo menos US$ 42 bilhões ao Orçamento de Defesa do Ano Fiscal de 2023 para evitar a perda de poder de compra, fornecer alívio inflacionário para empresas com contratos de preços fixos e de longo prazo com o Pentágono, ajustando todos os contratos futuros ao aumento dos preços no futuro.
Enquanto isso, todos os cálculos e recomendações baseiam-se na premissa de que “a inflação já atingiu o pico” e retornará a um nível “normal” em alguns anos.
“Estou cético de que uma solução orientada para o setor seja aprovada neste ano que compense totalmente os números de inflação, devido a interesses concorrentes e à temporada eleitoral”, comentou à Reuters Pawel Chudzicki, especialista em aeroespaço e defesa da empresa de advocacia Miller Canfield.