A Áustria não pode ser politicamente neutra quando se trata da situação na Ucrânia, apesar da aderência à neutralidade militar de acordo com sua Constituição, disse a ministra da Defesa da Áustria, Klaudia Tanner, em uma entrevista para a mídia Euractiv.
“É importante destacar que, apesar de sermos neutros em termos militares de acordo com nossa Constituição e princípios legais, claro que não somos politicamente neutros quando se trata da Ucrânia. É por isso que temos apoiado desde o começo todas as sanções da UE. A ideia principal é de solidariedade com a Ucrânia”, disse a ministra da Defesa.
O artigo fala que, segundo o Instituto Kiel de Economia Mundial, a Áustria prometeu alocar mais de 580 milhões de euros (R$ 3,2 bilhões), principalmente na forma de ajuda humanitária.
“Cada pedido que vem da Ucrânia […] é verificado por nós, e depois também é entregue”, disse Tanner.
A ministra da Defesa da Áustria acrescentou que o país é um dos que acolheram o maior número de refugiados ucranianos. Após o início da operação militar especial na Ucrânia, a Áustria recebeu mais de 50 mil pessoas.
“Nós os aceitamos e cuidamos deles. Considero isto um feito muito importante”, acrescentou ela.
Anteriormente, o chefe da diplomacia austríaca, Alexander Schallenberg, disse que a Áustria não está envolvida no fornecimento de armas letais para a Ucrânia.
A Rússia lançou uma operação militar especial na Ucrânia em 24 de fevereiro. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que o objetivo é “a proteção das pessoas que durante oito anos sofreram abusos e genocídio por parte do regime de Kiev”. Ele notou que a operação é uma medida necessária, “não deixaram à Rússia nenhuma chance de agir de forma diferente, criaram tais riscos de segurança que era impossível reagir por outros meios”. Segundo o presidente, a Rússia tem tentado negociar com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) por 30 anos sobre os princípios de segurança na Europa, mas a resposta tem sido ou engano cínico e mentiras ou tentativas de pressão e chantagem, enquanto a Aliança Atlântica, apesar dos protestos de Moscou, tem se expandido constantemente e se aproximado das fronteiras russas.
A Rússia enviou uma nota aos países da OTAN sobre o fornecimento de armas à Ucrânia. O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, observou que qualquer carga que contenha armas para a Ucrânia será um alvo legítimo para a Rússia. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que os países da OTAN brincam com o fogo fornecendo armas à Ucrânia. O porta-voz do presidente da Rússia, Dmitry Peskov, notou que o abastecimento de armas do Ocidente para à Ucrânia não contribui para o sucesso das negociações russo-ucranianas e vai ter um efeito negativo.