Especialistas pedem acesso amplo a dados para melhorar IA

Publicado por Redação em

Especialistas em inteligência artificial alertaram deputados sobre desafios na regulação dessa tecnologia no Brasil, destacando conceitos imprecisos e possíveis limitações no acesso a dados, fundamentais para treinar modelos de IA.

Luis Fernando Prado, líder do Comitê da IA Responsável e membro do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Inteligência Artificial (Abria), ressaltou que restrições no treinamento prejudicam a segurança, ética e diversidade dessas tecnologias.

Ele destacou artigos da proposta de lei que podem inviabilizar o treinamento no país, indicando que um sistema confiável depende da qualidade e diversidade dos dados utilizados.

Rodrigo Ferreira, da Casa da Moeda do Brasil, enfatizou que o foco deve estar nos riscos da tecnologia e não na limitação do uso de dados brasileiros, para estimular o desenvolvimento de modelos adaptados ao contexto nacional.

O deputado Orlando Silva chamou atenção para o problema do racismo algorítmico e a limitação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) em tratar dados sensíveis, que podem favorecer discriminação se não forem considerados adequadamente no treinamento.

Fernanda Melchionna exemplificou com um caso em que uma IA reproduziu estereótipos negativos, refletindo preconceitos sociais no ambiente tecnológico.

O relator Aguinaldo Ribeiro afirmou buscar um equilíbrio entre inovação e proteção dos direitos dos cidadãos no texto da lei.

Ambiente propício ao desenvolvimento

Andrade, da OpenAI, destacou que investimentos em treinamento, empresas e infraestrutura se concentram em países com regulações favoráveis, pois exigem aporte alto e longo prazo.

Renault sugeriu que o Brasil aproveite para desenvolver modelos especializados em português e áreas específicas, ao invés de focar apenas em grandes modelos internacionais.

Andrade também recomendou definições técnicas claras na regulação para distinguir diferentes tipos de sistemas de IA, para uma regulação mais adequada.

Regulação balanceada

Paula Guedes, da ONG Artigo 19, considera o projeto do Senado equilibrado, destacando a abordagem baseada na avaliação dos riscos e direitos, onde as exigências para desenvolvedores de IA são proporcionais ao nível de risco dos sistemas.

Categorias: Brasília

0 Comentário

Deixe um comentário

Avatar placeholder