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sábado, 23/11/24
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Jornalista cria ‘drive thru náutico’ de pizza em área nobre de Brasília.

Mesmo sem mar, capital tem a quarta maior frota de embarcações do país.
São oferecidos 20 sabores; inteira custa R$ 40, e pedaço é vendido a R$ 7.

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A jornalista Luciana Collares de Holanda, de 36 anos, juntou a vontade de ter uma segunda ocupação e a comodidade de trabalhar ao lado de casa para fundar a primeira pizzaria com “drive thru náutico” em Brasília. Os clientes são atendidos em um píer no Setor de Hotéis e Turismo Norte, às margens do Lago Paranoá, sem precisar descer das lanchas, barcos e motos aquáticas. A região é uma das mais nobres da cidade.

A inauguração ocorreu em janeiro do ano passado, em parceria com uma amiga, depois de dois meses de discussões. “Descobrimos que quem está no lago, em embarcações, precisa descer para buscar comida, bebida, enfim, o que, às vezes, desanima quem está em um passeio”, explica. “[Funciona assim: A pessoa liga e, em no máximo 15 minutos, o pedido está aguardando às margens do lago – é o tempo de deslocamento de onde ela estiver.”

São oferecidas 20 opções de sabores, entre doces e salgados. As pizzas custam R$ 40, e fatias à parte são vendidas a R$ 7. Além das ofertas tradicionais, o cardápio contempla inovações, como abobrinha com lascas de parmesão e alecrim; berinjela com gorgonzola e pimenta rosa; berinjela, abobrinha, cebola e tomate seco.

“A marguerita especial certamente é o carro chefe. A mistura de muçarela de búfala com alho torrado e tomatinho cereja agrada todo mundo. Mas todos os sabores têm ótima saída. Na verdade, o melhor da nossa pizza é combinação da massa – fininha e crocante, que surpreende todo mundo –, com o molho de tomates frescos – feito diariamente, só com tomates ralados, sem nenhum conservante”, afirma Luciana.

A pizzaria tem também uma sede física, que fica dentro do condomínio onde a jornalista mora e próxima ao píer. O estabelecimento ganhou decoração retrô, inspirada em clássicos do rock n’ roll. O investimento total para a montagem da estrutura foi de R$ 40 mil. O serviço funciona a partir das 18h30.

Segundo a mulher, a ideia deu tão certo que, apesar de a amiga ter vendido a parte dela por ter outros projetos, há a intenção de abrir também o delivery náutico. A proposta é que as entregas possam ser feitas com uma moto aquática.

“Ainda não tenho data para implantar porque estou cuidando de um outro processo, que é abrir o delivery terrestre. A demanda já é grande e, por enquanto, só atendemos dentro do Life Resort [condomínio]. Os clientes que moram nos condomínios próximos cobram muito”, brinca.

Analista de tecnologia da informação, Luciano Daniel Mendes se diz um “frequentador assíduo, quase diário” da pizzaria. Ele lembra que acompanhou a obra e ficou curioso depois de Luciana distribuir um teaser indicando que ali perto haveria uma novidade.

“Além da questão da praticidade e de a pizza ser excepcionalmente boa, a pizzaria para mim é um local de descompressão quando chego do trabalho, além de ser um local de encontro com os amigos e que também nos permite conhecer outras pessoas. […] Frequentemente paramos de lancha no píer e nos abastecemos de pizzas e bebidas, o que é bastante legal e diferente”, opina.

A médica Maria Teresa Alves da Silva Rosa é vizinha do estabelecimento e conta que também costuma ir todos os dias ao local. Para ela, o fato de a massa ser fininha e de os ingredientes estarem sempre frescos é um diferencial.

“Para pessoas como eu, que como pouco, é muito boa a possibilidade de só  pedir uma fatia e não ter a obrigação de pedir a pizza inteira”, afirma. “Nunca pedi pizza de alguma embarcação [até por morar do lado], mas acho essa possibilidade muito legal.”

Dia a dia
Luciana conta que trabalha até as 15h30 em uma organização do governo federal. No restante do dia se dedica à pizzaria, que tem uma atendente, um ajudante e um pizzaiolo. Em média o estabelecimento recebe entre 30 e 40 pedidos todos os dias.

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De acordo com a jornalista, os clientes mais frequentes chegam de lancha. “Nos finais de semana de sol, quando a barragem está cheia, é uma boa pedida. É rápido e dá pra levar para outras embarcações. […] A ideia deu resultado. Quem não gosta de comodidade?”, comemora.

A mulher afirma considerar que o amor com que trabalha seja o grande diferencial da pizzaria. Embora ainda não seja possível falar em lucro, o estabelecimento se sustenta sozinho e nunca foi preciso gastar mais dinheiro para fechar as contas no azul. Uma das vantagens é que o DF, mesmo não sendo uma região litorânea, tem a quarta maior frota náutica do país.

“Fizemos todas as escolhas com muito carinho, pensando no que gostaríamos de ter e ver como clientes. […] Até os funcionários são escolhidos com esse olhar – queremos pessoas comunicativas, que tenham brilho nos olhos de estar ali, gentis e cordiais. Os clientes vão para conversar, para contar como foi o dia. É engraçado que vão até pra se despedir quando estão deixando o condomínio! Eu estou lá todos os dias e adoro bater papo”, conclui Luciana.

Fonte:g1

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