Autarquia também quer elaboração de um plano de ocupação para esse tipo de comércio. Levantamento mostra que quase 80% deles estão ilegais
A arquiteta e urbanista Tânia Batella, que também trabalhou no estudo que será apresentado amanhã, critica o descumprimento da lei. “A legislação estabeleceu critérios, regras de procedimento, previu multas, mas nada é cumprido. Muitos desses quiosques atrapalham a comunidade e é inquestionável que há um excesso”, avaliou a especialista.
No mês passado, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recomendou que as administrações regionais revoguem todas as permissões emitidas em desacordo com a lei. Os promotores de Defesa da Ordem Urbanística questionam, ainda, a concessão para uso da área pública sem licitação. O MPDFT abriu procedimento administrativo para investigar se as ocupações públicas por esse tipo de mobiliário urbano em todo o território do Distrito Federal estão em conformidade com as normas urbanísticas. “A instalação desordenada de quiosques e trailers, seja por falta de planejamento, seja em razão de planejamento distorcido, gera poluição sonora e visual, degradação do meio ambiente urbano e empecilhos ao tráfego de veículos e pedestres”, alegaram os promotores da Prourb. na recomendação enviada ao governo.
Os promotores de Defesa da Ordem Urbanística lembram que a legislação, apesar de clara quanto à exigência de licitação, abriu exceções. Eles cobram a criação do plano de ocupação previsto na legislação. “A lei foi promulgada há mais de 6 anos e, até agora, não foram adotadas medidas voltadas ao eficaz planejamento das áreas públicas destinadas a esse tipo de ocupação, fazendo-se necessário o estudo global”.