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segunda-feira, 25/11/24
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Prefeitura instala espelhos na ciclovia embaixo do Minhocão

Medida é tomada após críticas ao traçado e acidente próximo à ciclovia. Tribunal de Contas vê sobrepreço em construção de ciclovia.

A Prefeitura de São Paulo instalou espelhos ao longo da ciclovia embaixo do Minhocão, em São Paulo. A medida foi tomada após críticas de usuários sobre a dificuldade de contornar os pilares do Minhocão sem saber se do outro lado vem algum ciclista ou pedestre.

O aposentado Florisvaldo Carvalho da Rocha, de 78 anos, morreu no dia 18 atropelado por um ciclista que afirma que estava na avenida, mas que o pilar teria dificuldade sua visão , já que o aposentado trafegava no canteiro central e decidiu atravessar a avenida fora da faixa de pedestres.

Os novos espelhos não permitem uma visualização adequada do que existe do outro lado do pilar. Em um dos trechos, o pedestre precisa se aproximar da coluna, parar e olhar para trás, em direção ao espelho, para tentar descobrir se sua passagem é segura.

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Espelho colocado na ciclovia embaixo do Minhocão

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O Tribunal de Contas do Município (TCM) aponta erros estruturais, procedimentos irregulares e um prejuízo de R$ 2,4 milhão nos contratos feitos pela Prefeitura de São Paulo para a construção de ciclovias, segundo relatório ao qual o Bom Dia São Paulo teve acesso.

Segundo o secretário de Transportes, Jilmar Tatto, os números divulgados pelo Tribunal de Contas estão errados. O secretário afirmou ainda que o conselheiro Edson Simões, que no TCM é responsável por analisar as licitações na área de transportes, tem opinião “política” contra as ciclovias.

O TCM afirma que a Prefeitura adotou o pregão eletrônico, que é mais rápido, mas que não seria permitido nesse caso. Os serviços deveriam ter sido contratados por licitações especificas. O tribunal disse ainda que a administração municipal não apresentou nenhum projeto básico da obra.

No caso da ciclovia do Minhocão, a demolição do asfalto, que poderia ter custado R$ 36,6 mil, ficou em 326 mil; a demolição do concreto, de R$ 27,1 mil, saiu por R$ 268,3 mil; e a lavagem da rua, que poderia ter custado R$ 8,4 mil, passou dos R$ 142,3 mil.

Para fazer a ciclovia da Avenida Paulista, a Prefeitura gastou pelo menos R$ 1 milhão a mais do que ele deveria custar, segundo o TCM, mais 13% do valor da obra. A demolição do asfalto, que deveria ter ficado em R$ 113,5 mil, saiu por R$ 1,009 milhão;  a demolição do concreto, de R$ 44,1 mil, ficou em R$ 437,3 mil. E a lavagem da rua, que poderia ter custado R$ 28,2 mil, ficou em R$ 474,8 mil.

Assim, as duas ciclovias juntas tiveram preço R$ 2,4 milhões superior ao que poderiam ter custado. O Tribunal de Contas pediu explicações à Prefeitura e afirmou que vai continuar acompanhando a execução dos contratos. O tribunal analisa a construção de 15 ciclovias.

O relatório feito pelo TCM é um estudo inicial. Depois que todo o processo de investigação terminar, ele deverá ser votado por todos os conselheiros. Se os projetos forem julgados irregulares, o TCM vai encaminhar o resultado ao Ministério Público e à Câmara Municipal.

Estrutura
O TCM vistoriou as ciclovias e informa também que encontrou outros problemas. Na ciclovia do Minhocão, por exemplo, em vistoria feita em 7 de agosto, o tribunal flagrou ciclistas fora da ciclovia e pedestres andando sobre a ciclovia. A sinalização foi apontada como confusa, já que um espaço dedicado à passagem de pedestres era bloqueado por um gradil. Além disso, o relatório apontou o risco de acidentes em razão das curvas que o traçado faz ao contornar os pilares do Minhocão.

Após um acidente em que um ciclista atropelou e causou a morte de um pedestre idoso, a Prefeitura de São Paulo instalou espelhos e nova sinalização da ciclovia debaixo do Minhocão, na Zona Oeste de São Paulo
Após um acidente em que um ciclista atropelou e causou a morte de um pedestre idoso, a Prefeitura de São Paulo instalou espelhos e nova sinalização da ciclovia debaixo do Minhocão, na Zona Oeste de São Paulo

“Números errados”
Tatto afirmou ao Bom Dia São Paulo que os números do conselheiro Edison Simões estão “totalmente errados”. “Com todo o respeito que temos pelo conselheiro Edison Simões, mas, primeiro, ele é contra a ciclovia. Ele escreveu um ofício para nós dizendo que a ciclovia é perigosa para o ciclista , que não está no plano nacional de mobilidade. Isso não é verdade”, disse Tatto ao Bom Dia São Paulo.

Em nota, o TCM disse que o tribunal e “o conselheiro relator Edson Simões não são contra as ciclovias e ciclofaixas mas têm, por obrigação constitucional, que garantir a realização de obras e serviços com qualidade e segurança e sem prejuízo aos cofres públicos. Os relatórios sobre as ciclofaixas/ciclovias  não são de autoria do relator. Foram realizados pela área de fiscalização do TCM, formada por técnicos concursados responsáveis e com expertise, com trabalho independente em relação ao trabalho dos conselheiros relatores.”

O secretário diz que os contratos foram aprovados pelo próprio tribunal. “Esses contratos que nós executamos na Paulista, no Minhocão e em outras vias, foram atas de registro de preço, inclusive aprovados pelo TCM Então, os números estão totalmente errados”, disse.

“Ele [conselheiro Simões] está comparando coisas diferentes. E nós vamos responder de forma adequada, de maneira adequada. E esse relatório vai para o pleno do TCM. Está errado os números do conselheiro, Ele tem uma opinião politica sobre ciclovias, ele é contra a ciclovia. Ele tem uma visão errada inclusive do ponto de vista de legislação, porque a ciclovia faz parte do modal de transporte”, completou o secretário.

Para o secretário, se tivessem detectado sobrepreço ou superfaturamento, o TCM teria parado as obras das ciclovias, o que não ocorreu.

Movimento intenso na ciclovia da Avenida Paulista
Movimento intenso na ciclovia da Avenida Paulista

 

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