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sábado, 23/11/24
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Haddad afirma que fluxo de usuários de drogas na Cracolândia caiu 80%

Afirmação é feita dias após barracas voltarem a ser instaladas na região. Para o prefeito, a redução é resultado do ‘Braços Abertos’ e do ‘Recomeço’.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta terça-feira (1) que o fluxo de usuários de droga na Cracolândia é 80% menor do que em 2013, primeiro ano de seu mandato. Ele creditou o fato ao trabalho que vem sendo desenvolvido desde janeiro de 2014 pelo programa “Braços Abertos”, da Prefeitura de São Paulo, e citou também o programa “Recomeço”, do governo do estado, afirmando que ambos são referências nesse tipo de tratamento.

A afirmação foi feita por Haddad durante o início das obras de um conjunto habitacional da região central. O balanço do prefeito é divulgado poucos dias após as barracas onde traficantes de drogas comercializam o produto voltarem a ser instaladas na região.

“Se você lembrar o que era a Cracolândia há dois anos atrás e o que está hoje, teve uma redução de 80% de frequência”, afirmou em entrevista aos jornalistas. “De 1.500 frequentadores do fluxo, nós temos hoje uma média de 300. É um esforço extraordinário”, disse Haddad.

Ele afirma que os trabalhos precisam avançar. “Não podemos conviver com aquilo. Temos que abrigar as pessoas, oferecendo tratamento médico para os dependentes”, disse.

Além de oferecer tratamento, o programa oferece vagas em hotéis da região para os interessados em participar. E ainda paga por serviços como o de varrição.

Barracas
Quatro meses depois de a Prefeitura de São Paulo e a Polícia Militar desmontarem as barracas que ficaram conhecidas como “favelinha” da Cracolândia, elas voltaram à região. As novas barracas de plástico ficam na mesma rua onde estava instalada a antiga, em frente à estação de Trem Júlio Prestes.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que a PM atua na região por meio de ação ostensiva de base comunitária e de equipes de rádio patrulhamento. “O policiamento vai continuar nesses moldes por tempo indeterminado”, diz nota.

A retirada das barracas no dia 29 de abril fazia parte de uma nova  fase do programa “Braços Abertos”. Os moradores de rua foram retirados das barracas onde estavam durante uma força-tarefa e receberam orientação sobre como entrar no programa.

Nessa nova fase foram oferecidas até 150 vagas. Desde que foi implantado, em janeiro do ano passado, o programa já atendeu 798 dependentes químicos. Desses, 344 deixaram o Braços Abertos. Ou seja, de cada dez participantes, 4 abandonaram o programa. O programa foi estruturado em frentes de trabalho de zeladoria com remuneração de R$ 15 por dia, atividades de capacitação, três alimentações diárias e vagas em hotéis da região. Na nova fase, novos hotéis foram contratados para oferecer quartos aos participantes.

Na ocasião do desmonte das barracas, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que cerca de 30% dessas estruturas estavam sendo usadas para o tráfico de drogas. A polícia apoiou a ação.

Expansão
A Prefeitura vai expandir “De Braços Abertos” e passará a oferecer auxílio aos usuários de drogas de todas as regiões da cidade a partir do início do segundo semestre deste ano. Atualmente, o programa é restrito a região da Cracolândia, no Centro da capital paulista, e será estendido para seis bairros que também têm concentração de usuários de crack.

O Braços Abertos irá para os bairros de Santana (Zona Norte), M’Boi Mirim, Santo Amaro e Vila Mariana (Zona Sul), Cidade Tiradentes (Zona Leste) e Vila Leopoldina (Zona Oeste). Na Vila Leopoldina, a nova Cracolândia está localizada no entorno da Ceagesp, maior entreposto comercial da América Latina.

“Nós temos uma programação de começarmos o programa ‘De Braços Abertos’ em mais seis áreas de São Paulo. Nós fizemos um convênio com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), que está financiando essa expansão do programa”, afirmou Luciana Temer, secretaria municipal de Assistência Social e Desenvolvimento.

“Quando a gente fala que vai ter o ‘De Braços Abertos’ significa que vai ter uma equipe só da assistência e da saúde naquele território concentrada para atender aquelas pessoas. É um esforço concentrado para entender aquela situação e minimizar os danos não só para cidade, mas principalmente para quem faz uso da droga”, completou.

 

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