Conforme a reportagem antecipou, houve queda de 8% nos índices de congestionamento nas Marginais e de 6% na cidade, segundo medição da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Haddad defendeu a medida e criticou a ação judicial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra a redução da velocidade para até 50 km/h nas vias.
“A prática está confirmando a teoria. Surpreende a queda do número de acidentes com vítimas, pois 36% é uma queda drástica, muito forte. Mais do que a experiência internacional, isso significa dizer que estava muito mal calibrada a velocidade nas Marginais, antes de a medida ter sido tomada”, disse Haddad. O prefeito criticou a hipótese de especialistas ouvido pela reportagem, de que os índices positivos podem estar ligados à crise econômica, que teria resultado em menos viagens. “A recessão em São Paulo não é deste ano. O PIB paulista caiu 2% em 2014. Se esse argumento é válido, por que os acidentes e a lentidão não caíram em 2014?”
Haddad voltou a criticar a OAB, que tentou barrar a redução da velocidade na Justiça. “Eu dizia ‘Meu Deus do céu! De onde veio o tiro?’ Dos advogados. Jamais esperaria que a reação viesse da OAB”, disse.
O presidente da OAB, Marcos da Costa, manteve as críticas que tem feito. Para ele, a população deveria “ter sido ouvida”, antes de a medida valer.
Cálculo
O engenheiro de sistemas Marcelo Blumenfeld, doutorando da Universidade de Birminghan, na Inglaterra, ressalta que há relação direta entre redução de velocidade e queda nos congestionamentos. “A distância entre carros diminui à medida que os carros trafegam em velocidades menores. As velocidades menores reduzem as oscilações – aceleração e frenagem – para se manter atrás do carro da frente.
Essas oscilações causam as ondas de congestionamento, pois o carro de trás freia mais do que o da frente, até que o último pare por completo. Por fim, a redução das velocidades diminui os acidentes.” Ele diz que só a análise de fluxos pode indicar se as vias têm menos carros agora.