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quinta-feira, 31/10/24
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São João da Boa Vista registra maior nº de demissões em indústrias de SP

Segundo o Ciesp, cerca de 5 mil funcionários foram demitidos em um ano.
Com 15%, índice é o maior do estado. São Carlos, SP, chega a quase 14%.

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A crise econômica aumentou os índices de desemprego da região. O maior registro de demissões do Estado de São Paulo ocorreu em São João da Boa Vista (SP), onde 5 mil funcionários foram desvinculados dos serviços de indústrias em um ano, segundo o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).

Com as dificuldades em arrumar emprego, muitas pessoas acabam desistindo até mesmo de procurar. Marcos Davi foi demitido após uma fábrica falir e começou a buscar uma  nova oportunidade.

“Está muito difícil. Eu saio dia a dia procurando serviço, chego nas firmas e eles falam que vão pegar o currículo, mas que não estão contratando ninguém”, disse o desempregado.

Para ele, o desânimo toma conta da situação. “Eu já não tenho nem vontade de sair para procurar serviço, porque saio e imagino que vou chegar lá e não vou conseguir um emprego”, lamentou Marcos Davi.

Demissões
Segundo uma pesquisa realizada pelo Ciesp, o índice de desemprego também é alto nas outras cidades da região. Em São João da Boa Vista o fechamento foi calculado em 15%. Já em São Carlos (SP), foram quase 14%, em Araraquara (SP) a queda chegou a 10% e, com o índice mais baixo, Rio Claro (SP) fechou em pouco mais de 6%..

Ainda de acordo com a pesquisa, as indústrias que mais efetuaram cortes no último ano foram as que utilizam o plástico como matéria-prima. Em uma empresa de São João que faz sacos para transporte de alimentos, por exemplo, o número de funcionários caiu 30%.

O dono da empresa, Pedro Delalibra, afirmou que é difícil evitar demissões com tantas reviravoltas na economia. “Como é que eu vou ficar com essa mão de obra aqui, sendo que não tenho cliente para agora nem para amanhã? Se tivéssemos clientes para amanhã, sustentaríamos todas essas necessidades e as variação que ocorrem nas indústrias”, explicou Delalibra.

Menor índice fica em Rio Claro com 6% (Foto: Eder Ribeiro/EPTV)
Menor índice fica em Rio Claro, SP, com 6%

Os gastos ainda aumentam porque parte da matéria-prima é importada e comprada em dólar, além de outros custos. “Nós temos uma energia contratada, mesmo que não consumimos, temos que pagar a energia. É um dos fatores críticos que nós vivemos’, concluiu o dono.

Situação
Para diretor da Ciesp, Saturnino Castilho Júnior, o cenários de demissões representa uma situação muito mais delicada do que aparenta. “Os funcionários das empresas e indústrias são qualificados, onde as empresas precisam investir no treinamento e adequação desse funcionário. Isso é patrimônio para as indústrias”, contou Castilho Júnior.

Com isso, é necessário paciência e tempo para estabilizar a situação. “É hora de segurarmos gente boa sim, gente que tem interesse, é trabalhador, sério e sincero. Para quem é bom, a casa do pai sempre está aberta”, disse Pedro Delalibra.

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