Quatro policiais militares acusados de sequestrar, matar e decapitar Antonio Carlos da Silva, o Carlinhos, de 31 anos, que era deficiente mental, em outubro de 2008, foram absolvidos em júri popular nesta sexta-feira, 6, no Fórum de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Eles também eram acusados de integrar o grupo de extermínio dos “Highlanders”, conhecido assim por decapitar suas vítimas.
Os réus Moisés Alves dos Santos, Rodolfo da Silva Vieira, Joaquim Aleixo Neto e Anderson dos Santos Salles eram suspeitos de terem sequestrado a vítima no Jardim Capela, zona sul da capital paulista. Testemunhas afirmaram terem visto Carlinhos, vivo, ser levado pela viatura 37.104, no dia 8 de outubro. À época, os PMs pertenciam à Força Tática do 37.º Batalhão.
Carlinhos foi encontrado sem a cabeça e sem as mãos na cidade vizinha de Itapecerica da Serra. Familiares o identificaram por uma tatuagem no Instituto Médico Legal (IML) de Taboão da Serra, dois dias depois de ter desaparecido. Como não havia provas legais de que o corpo era mesmo da vítima, ele foi enterrado como indigente.
Os “Highlanders”, grupo de nove PMs que teria matado pelo menos 12 pessoas, receberam esse nome porque cortavam a cabeça das vítimas, como no filme de 1986. A decapitação seria para dificultar a identificação dos mortos. Os criminosos também despejariam os corpos em outras cidades para que as investigações não fossem conduzidas na capital.
Em julho de 2010, os quatro réus chegaram ser condenados a 18 anos e 8 meses pela morte de Carlinhos. Em outubro do ano seguinte, no entanto, um acórdão anulou o resultado do júri porque o promotor exibiu uma camiseta desobedecendo ordem do juiz de não mostrá-la. Nela, havia uma foto da vítima e a frase “deficiente mental é assassinado por PMs da Força Tática”.