20.5 C
Brasília
sábado, 23/11/24
HomeBrasíliaMotoristas da Uber fazem parcerias com postos, oficinas e restaurantes e ajudam...

Motoristas da Uber fazem parcerias com postos, oficinas e restaurantes e ajudam a girar economia do DF

Só na Asa Norte, dois postos oferecem descontos de até R$ 0,20 no litro do combustível para os condutores do aplicativo

Em tempos de crise, a Uber, quem diria, tem ajudado a movimentar a economia do Distrito Federal. Além de se tornar opção de renda para motoristas, muitas vezes desempregados, funcionários da empresa têm feito parcerias com estabelecimentos comercias pela cidade com o objetivo de conseguirem descontos para a “categoria”. Com isso, postos de combustíveis, oficinas, lava jato a até mesmo restaurantes oferecem preços menos para os condutores do serviço de transporte individual.

Só na Asa Norte, dois postos de combustíveis – Um na quadra 109 e outro na 202 – oferecem valores especiais e o desconto chega a R$ 0,20 por litro. “Há três meses, um motorista do aplicativo sugeriu a parceria. Pediu desconto e se comprometeu a trazer ao menos 15 carros para abastecer aqui no posto diariamente. No dia seguinte, apareceram 30. A parceria tem dado certo e nos ajuda a bater a meta de vendas mensal”, explica o gerente do posto da 109 Norte, Adriano Jorge.

Em apenas 20 minutos no posto, a reportagem contou três carros executivos ligados à Uber enchendo o tanque. Por dia, o posto atende cerca de 100 condutores do aplicativo. O lucro, segundo o gerente, aumentou em 50%. “Outra peculiaridade é que eles, em sua maioria, pagam a vista”, completa Jorge.

Com o preço salgado do combustível no DF, alguns motoristas chegaram a tentar enganar os frentistas se passando por parceiros do aplicativo. Para evitar fraudes, os frentistas checam o cadastro do condutor no aplicativo, assim como a placa e modelo do veículo.

Na mesma quadra, são oferecidas troca de óleo e lavagem também com desconto de 10% e R$ 5, respectivamente. “Chego a lavar o carro três vezes por semana. Preciso mantê-lo limpo para atender os clientes. Esses postos nos oferecem até um seguro lavagem. Se chover posso voltar lá e pedir a limpeza sem pagar nada a mais por isso. Essa parceria ajuda bastante, uma vez que o nosso investimento é alto”, conta Marcos Almeida, motorista do Uber há três meses.

Fotos: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Marcos Almeida segue até a Asa Norte para aproveitar o desconto

Zero quilômetro
O motorista José Ricardo Souza, 34 anos, aproveita as parcerias para reduzir os custos. Há dois meses comprou um carro 0 km e aproveitou um desconto de 10% oferecido por uma montadora japonesa para adquirir um sedã executivo. “No total, deu R$ 7 mil de diferença no preço final. Comparado aos 30% que os taxistas têm direito, ainda é pouco, mas já ajuda, né”, diz o profissional, que fechou uma loja de distribuição de bebida para virar condutor do aplicativo.

José Ricardo Souza paga R$ 10 em cada refeição

José Ricardo Souza paga R$ 10 em cada refeição

Souza roda, em média, 400 km por mês. Segundo ele, as parcerias oferecidas pelas empresas da cidade ajudam a diminuir os gastos com a manutenção do veículo.

Como alguns restaurantes da cidade já estão oferecendo descontos exclusivos para profissionais da Uber, ele acaba pagando apenas R$ 10 pela refeição. “Como trabalho de 10 a 12 horas por dia, tenho que comer fora e essas parceiras têm nos ajudado bastante”, diz Souza.

Regulamentação
A decisão sobre a regulamentação do Uber deve ficar para 2016. Depois da audiência pública sobre o tema, realizada em 3 de dezembro, na Câmara Legislativa, o governo admitiu que o prazo para análise do projeto seria curto. Deputados pediram mais tempo para votar a proposta.

Em junho deste ano, o governo apresentou o projeto que pretende regulamentar o Uber no DF. A proposta impede, por exemplo, o uso do veículo por mais de uma pessoa. “Não há cadastramento de motorista auxiliar”, afirma o texto. Os taxistas hoje dividem o veículo com outros motoristas.

“São serviços complementares. Não competem. O Uber também está aberto para cooperativas, empresas brasileiras e multinacionais. Motoristas individuais não poderão oferecer o serviço”, disse, à época, o subsecretário de Serviços da Secretaria de Mobilidade, Roberto Pojo.

Mais acessados