Na máxima do dia, moeda chegou a bater os 4 reais, mas a alta perdeu força. No mês, a divisa subiu 1,58% e no ano, avançou 48,49%
O dólar fechou o último pregão do ano em alta, numa sessão marcada pelo volume reduzido de negócios. A moeda americana chegou ao final do dia cotada a 3,9480 reais na venda, valorização de 1,83%. Na máxima do pregão, perto das 14h, a divisa chegou a passar a barreira dos 4 reais, para depois recuar. No mês, a moeda americana acumulou valorização de 1,58%, e no ano, de 48,49% — maior valorização desde 2002.
O avanço do dólar ocorre no mesmo dia em que o governo anunciou o pagamento de 72,4 bilhões de reais para quitar “pedaladas fiscais”, débitos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e ao Banco do Brasil. Deste total, 55,6 bilhões de reais se referem, especificamente, às pedaladas fiscais devidas até 2014.
Com o desembolso, as contas públicas devem fechar 2015 com um rombo recorde de cerca de 120 bilhões de reais. O mercado tem reagido com força às incertezas políticas e fiscais no país. Essa percepção foi fortalecida recentemente pela substituição de Joaquim Levy por Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda.
Bovespa – A bolsa brasileira encerrou o último pregão de 2015 em queda, acompanhando os mercados no exterior, e sofreu sua terceira desvalorização anual seguida, diante do descontentamento de investidores com o cenário macroeconômico e político no Brasil. O Ibovespa caiu 0,7 por cento nesta quarta-feira, a 43.349 pontos. O giro financeiro do dia foi de 4,9 bilhões de reais, bem abaixo da média do ano, de 6,80 bilhões de reais.
O desempenho negativo do pregão seguiu a baixa das bolsas europeias e norte-americanas, que foram afetadas por nova queda dos preços do petróleo, com o barril perto das mínimas em 11 anos, e ocorreu em meio à manutenção do pessimismo com a situação das contas públicas brasileiras. Em dezembro, o Ibovespa acumulou baixa de 3,9 por cento.
No ano, o índice de referência do mercado acionário doméstico amargou desvalorização de 13,3 por cento, depois de cair 2,9 por cento em 2014 e recuar 15,5 por cento em 2013. Além da decepção de investidores com o cenário macroeconômico e político no país, tem pesado sobre a bolsa a fraqueza de preços de commodities.