Número de vagas fechadas é o mais alto desde 1992; ministro do Trabalho, Miguel Rossetto, admite: “Foi um ano difícil”
O Brasil encerrou 2015 com 1,54 milhão de vagas formais de trabalho perdidas, pior resultado anual desde o início da série histórica em 1992. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta quinta-feira, só em dezembro, o número de postos fechados chegou a 596.208.
No ano, a retração foi puxada principalmente pelas perdas na indústria de transformação (-608.878 postos), seguida pela diminuição sofrida nos setores da construção civil (-416.959), serviços (-276.054) e comércio (-218.650). Houve expansão apenas na agropecuária (+9.821).
Em coletiva de imprensa, o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, disse que 2015 foi, de fato, um “ano difícil”, e que os “números não são bons em relação a emprego”.
Segundo Rossetto, o governo tem como “prioridade absoluta” neste ano concentrar os esforços na preservação de trabalho e geração de emprego no país. “Várias medidas foram tomadas e estão sendo tomadas”, disse. “O ano de 2015 não desorganizou de forma estrutural o mercado de trabalho do país.”
Economistas vêm apontando que a piora nas condições de emprego deverá prosseguir neste ano, já que os reflexos do declínio da economia têm defasagem. Para 2016, o mercado prevê outro tombo na atividade, de quase 3%, segundo a versão mais recente da pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central com economistas de mercado.
O IBGE deve divulgar em 28 de janeiro a taxa de desemprego do país em dezembro. Em novembro, ela ficou em 7,5%, numa ligeira melhora em relação ao mês anterior, mas que foi beneficiada pelo registro sazonal de empregos de fim do ano.