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Ceilândia comemora 45 anos ao som de ritmos variados

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Prestes a completar 45 anos – no próximo domingo –, Ceilândia reúne talentos dos mais variados estilos musicais. Em meio a grupos gospel, Música Popular Brasileira, forró e rock, um movimento se destaca entre os jovens: o hip hop. Foi o que se viu durante     shows e atrações  diversificadas realizadas na Praça do Cidadão para comemorar o aniversário da cidade.

Ontem, último dia   do I Festival de Música de Ceilândia,   16 MCs participaram de uma batalha em que o melhor rimador, além do troféu,  ganhou prêmios como um violão e produtos do  projeto Jovem de Expressão.

Para o produtor cultural Nenzin, que organiza batalhas no DF há mais de um ano, o evento é uma oportunidade para que os rappers possam se apresentar com  melhor estrutura. “São poucos os incentivos   para valorizar o movimento. Cantar em um palco como esse é uma novidade para muitos. Normalmente, nossas batalhas são feitas na rua, apenas com uma caixa de som”, explica o jovem de 20 anos.

O rapper Marinho Besouro figura na cena   do Distrito Federal  há dez anos. O artista     ressalta que sua formação como MC ocorreu em Ceilândia, embora more em Santa Maria.  “Eu comecei a cantar aqui, na igreja. Vinha  todos os fins de semana”, diz.

Em 2013, o artista decidiu se arriscar também nas disputas de improviso. “Eu tinha uma visão equivocada. Achava que era uma briga mesmo. Mas, quando percebi que tudo que é dito fica no palco, tive interesse de participar”, afirma. Desde então, ele já participou de batalhas na cidade capixaba de Vitória, na capital mineira, Belo Horizonte; e no Rio de Janeiro.

O músico     gravou um álbum com a banda que lidera, Besouro Crew, e se prepara para   o primeiro disco solo, além do segundo CD com o grupo. Nesta nova fase, o nome do conjunto muda  para   Besouro Bass.

Tudo junto

O Festival de Música de Ceilândia teve entrada franca e começou na última quinta-feira. A programação de ontem contou também com um show gospel com Iury Rodrigues, Laercio e Ravier Hernandes, e a cantora Sarah Guta e banda. A dupla sertaneja Zé Marcos e Miguel encerrou o evento, que reuniu ainda   instrumentistas da região. “O mais importante é juntar os moradores, tornar esse um ponto de encontro para quem faz e   admira o   trabalho”, diz o produtor Nenzin.

Saiba mais

No I Festival de Música de Ceilândia, a comunidade   teve serviços gratuitos como corte de cabelo, aferição de pressão e exames rápidos de glicemia.

Jogos de mesa para a criançada e barracas de comidas típicas de várias regiões do País foram outras opções.

A programação de aniversário segue até a semana que vem.

Informação e leitura preparam MCs

 Dudu Mano, rapper e MC,  tem 19 anos e participa das batalhas no DF há dois anos. “O mais importante é manter a calma, pois   muitas ideias   passam pela nossa cabeça. Temos que ter um preparo mental muito grande”, diz. O estudante explica que para ser MC é preciso muita leitura, pesquisa e, principalmente, se manter informado sobre o que acontece no Brasil e no mundo.

“Existem as batalhas de neurônios, como chamamos as batalhas de conhecimento. Nelas, nós precisamos rimar a partir de um tema que nos dão na hora. Política, por exemplo, é  comum”, salienta Dudu.

Segundo ele, o momento que antecede as batalhas, em que todos formam uma roda e começam o aquecimento, é muito importante. “Não podemos ter incertezas  ou fraquejar na hora da batalha,  e isso   já nos deixa mais acesos”, conclui.

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