Estelionatários usavam dados verdadeiros para forçar clientes a pagar valor. Em rede social, companhia energética disse não fazer cobrança por telefone.
Um grupo de estelionatários passou trotes nesta segunda-feira (7) para uma comerciante alegando que ela tinha uma dívida de R$ 4.390 com a Companhia Energética de Brasília (CEB) e deveria realizar o pagamento em poucas horas. Os golpistas usaram um esquema de cobranças por telefone e passaram informações verídicas da cliente, pedindo que ela entrasse em contato com um suposto juiz para confirmar o débito.
A vítima do trote tem uma empresa em Planaltina e recebeu a ligação de uma suposta atendente da CEB. A estelionatária afirmou que a empresária tinha uma dívida e precisaria pagá-la antes do meio-dia para “cancelar a multa que corria na Justiça.” A mulher mencionou um suposto protocolo de atendimento e ameaçou cortar a luz da comerciante caso a dívida não fosse quitada.
Diante dos questionamentos da empresária, os criminosos mencionaram que ela poderia esclarecer o caso por telefone com um suposto juiz da 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que cancelaria a multa assim que a comerciante fizesse o pagamento. Para ludibriar a empresária, os estelionatários mencionaram informações verdadeiras, como o endereço e o CNPJ do estabelecimento em que ela trabalha. Eles informaram uma conta bancária e pediram que ela fizesse um depósito.
“[Disseram] que a CEB tinha movido uma liminar, e, como eu havia perdido o prazo, a Vara estava mandando remover o meu padrão de energia. Eu questionei com ela [a suposta atendente] a questão de que: como é que eles iam remover o meu padrão de energia se eu não estava devendo? Aí eles falaram que a questão não era pagamento de conta, mas era a troca do relógio, que eu havia perdido o prazo. E com isso havia gerado essa multa e que já não tinha mais prazo para pagar”, afirmou a comerciante que não quis ser identificada.
A comerciante anotou todas as informações alegadas pelos estelionatários e foi a um posto da CEB para esclarecer a situação. “A pessoa que não pensa vai arrumar dinheiro onde for e vai depositar. Eu tentei segurar o máximo que eu pude, ligando, conversei, e fui até a CEB. Logo de imediato, a diretora veio me atender e falou que era trote”, afirmou.
A empresa publicou em redes sociais um alerta sobre o trote passado pelos estelionatários. A companhia informou que tem recebido relatos de clientes que passam pelo mesmo golpe e avisou aos consumidores que não realiza cobrança pelo telefone.
“A CEB não entra em contato com o consumidor pedindo para ele fazer depósitos na conta. Qualquer tipo de cobrança que a CEB faz é por meio de nota fiscal, que é encaminhada. Sempre que faz a negociação é numa agência, num posto de atendimento”, afirma o gerente de cobranças, Alexandre Lucena.