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Deputados querem prorrogar por 90 dias prazo da CPI da Saúde do DF

Prazo inicial, de 180 dias para trabalhos, se encerra em 26 de novembro. Comissão já chega à 20ª sessão; ela é composta por sete deputados.

Sessão da CPI da Saúde Câmara Legislativa do Distrito Federal na última quinta-feira (21) (Foto: Rinaldo Morelli/CLDF/Divulgação)
Sessão da CPI da Saúde no plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal (Foto: Rinaldo Morelli/CLDF/Divulgação)

Deputados distritais querem estender em 90 dias o prazo para terminar os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde. A votação do requerimento deve ocorrer em até duas semanas na Câmara Legislativa. O período regimental, de 180 dias, termina em 26 de novembro. Se o pedido for aprovado, os parlamentares terão até maio para apresentar um relatório final.

A comissão foi instaurada em 12 de maio, após a conclusão da CPI dos Transportes – que demorou 11 meses para aprovar o relatório. A CPI tem dois membros a mais do que os cinco que normalmente compõem uma comissão. Na época da criação, o relator, deputado Lira (PHS), disse que a quantidade de participantes iria acelerar os trabalhos. “Com sete integrantes na equipe, acredito que possamos agilizar os trabalhos”, disse à época.

A 20ª sessão da CPI está prevista para esta quinta-feira (17). Foi convocado para depor o ex-servidor da Secretaria de Planejamento Valdecir Marques. Ele é suspeito de extorsão, com o objetivo de cobrar propina do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (SindSaúde) em troca da liberação de verba do GDF para a entidade.

Também deve ser ouvido o homem apontado pelo vice-governador, Renato Santana, como sendo operador de propina, Marcelo Radical. Segundo Santana, Radical procurou empresários prometendo “agilizar” pagamentos de dívidas pendentes de 2014 pela organização de eventos culturais como Festival de Cinema, Fifa Fan Fest, Motocapital e festa de réveillon. Em troca, cobraria 10% de propina em contratos da Secretaria de Fazenda.

A presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, antes de início de depoimento à CPI da Câmara Legislativa que apura supostas irregularidades na Secretaria de Saúde do Distrito Federal (Foto: Gabriel Luiz/G1)A presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, antes de início de depoimento à CPI da Câmara Legislativa que apura supostas irregularidades na Secretaria de Saúde do Distrito Federal (Foto: Gabriel Luiz/G1)

Composição
Pela composição original, o deputado Wellington Luiz (PMDB) é o presidente e Cristiano Araújo (PSD), o vice. Ele pediu afastamento da comissão após ser apontado em áudios gravados pela deputada Liliane Roriz (PTB) como suposto articulador de um esquema de propina em emendas que pagaram dívidas de UTIs, no fim de 2015. Ele foi substituído por Sandra Faraj (SD).

Os deputados Bispo Renato Andrade (PR) e Julio Cesar (PRB) também se afastaram por causa das suspeitas. Andrade era membro original da CPI e foi substituído por Agaciel Maia (PR). Julio Cesar entrou no lugar do deputado Roosevelt Vilela (PSB), que era suplente e fazia parte da composição original. Hoje, é substituído por Luzia de Paula (Rede).

Manuscrito entregue nesta quinta-feira (21) pela presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, à CPI que investiga supostas irregularidades na pasta do Distrito Federal (Foto: SindSaúde/Reprodução)Manuscrito entregue nesta quinta-feira (21) pela presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, à CPI que investiga supostas irregularidades na pasta do Distrito Federal (Foto: SindSaúde/Reprodução)

Trabalhos
Um dos depoimentos que mais gerou polêmica foi o da presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues, que entregou um “organograma” manuscrito e um DVD com gravações que ela diz comprovarem um suposto esquema de propina na pasta. Segundo os documentos mostrados por ela, quem se beneficia são o governador Rodrigo Rollemberg e a mulher dele.

Na época, o governador Rollemberg disse que as acusações de Marli contra ele e a primeira-dama eram infundadas e queria se pronunciar à Justiça. Em entrevista, o governador disse que a sindicalista iria “pagar caro” pelas acusações.

A CPI tem apoio de delegados da Polícia Civil para ajudar nas investigações e elaborar um relatório. No fim de outubro, o presidente da comissão e delegados fizeram uma “blitz” no Hospital de Base, onde encontraram equipamentos de diagnóstico parados e sem manutenção. Entre as máquinas, havia um tomógrafo desmontado e isolado em uma divisória sem porta ou qualquer outro acesso.

 

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