Mevlut Mert Altintas fez parte da equipe de segurança de Recep Tayyip Erdogan oito vezes desde a tentativa de golpe de Estado
O policial turco que assassinou o embaixador da Rússia em Ancara fez parte da equipe de segurança do presidente Recep Tayyip Erdogan oito vezes desde a tentativa de golpe de Estado de 15 de julho, informou a imprensa local. Mevlut Mert Altintas, de 22 anos, deu nove tiros contra o embaixador Andrei Karlov em uma galeria de arte na segunda-feira.
Altintas, que integrou a unidade antidistúrbios da polícia por dois anos e meio, trabalhou a partir de julho em oito eventos com a presença de Erdogan, de acordo com o jornal turco Hurriyet. Nos eventos, ele fazia parte do segundo grupo de segurança de Erdogan, depois dos seguranças pessoais do presidente.
O chefe da diplomacia turca, Mevlut Cavusoglu, disse ao secretário de Estado americano, John Kerry, que a rede do pregador Fethullah Gülen, grande inimigo de Erdogan, estava “por trás” do assassinato. Gülen, que vive no exílio nos Estados Unidos, também é acusado de ter sido o instigador da tentativa de golpe de julho, o que ele nega.
As autoridades turcas estão investigando os possíveis vínculos entre Altintas e Gülen, incluindo um centro de ensino frequentado pelo policial e dirigido pelo grupo ligado ao pregador. As forças de segurança anunciaram a detenção de 13 pessoas na investigação do assassinato, incluindo parentes de Altintas.
Depois de efetuar os disparos contra Karlov, Altintas gritou “não se esqueçam de Alepo, não se esqueçam da Síria!”. Segundo testemunhas, o turco ainda proferiu a expressão “Allahu Akbar” (Alá é Grande, em árabe). Altintas foi morto por policiais minutos depois do ataque.
(Com AFP)