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sábado, 16/11/24
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Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional lembra 190 anos sem Beethoven

Na passagem da morte do compositor alemão, Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional faz ciclo completo de sinfonias

A Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro interpretará todas as sinfonias e concertos para piano
A Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro interpretará todas as sinfonias e concertos para piano

Ludwig van Beethoven será a estrela de 2017 na temporada da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro. O compositor alemão, cuja morte completa 190 anos em março, pauta o repertório da orquestra brasiliense durante o primeiro e o segundo semestre. No programa, estão todas as sinfonias e concertos para piano, além do concerto para violino, de quartetos e sextetos.

Beethoven é um divisor de águas e um nome obrigatório no repertório de qualquer orquestra, que se preze ou não. Impossível fugir da Quinta e da Nona, talvez as partituras mais populares da música erudita romântica. Ou do vigoroso Concerto para piano nº 5, no qual está um dos segundos movimentos mais bonitos da história da música. É um repertório familiar para OSTNCS, que já executou, ao longo dos anos, todas as sinfonias do compositor.

Mas também é uma chance para o público brasiliense de conhecer, ao vivo, mais de uma dúzia de peças, incluindo as mais emblemáticas e importantes da obra de Beethoven. “Foi um compositor essencial da discografia, da história da música clássica, tanto para os músicos quanto para as orquestras e para o cidadão comum”, explica o maestro Claudio Cohen, regente titular da OSTNCS. “Conhecer a obra de Beethoven é uma necessidade básica para quem conhece a música. E, como este ano são 190 anos da morte, a gente vai fazer um panorama da obra dele.”

A temporada da OSTNCS tem início hoje com a abertura do balé As Criaturas de Prometeu e as Sinfonias nº 1 e nº 2. Datada de 1801 e escrita sob encomenda para um balé do bailarino Salvatore Vigano, a peça é a primeira abertura composta por Beethoven e foi criada no mesmo período em que se debruçava sobre a partitura da Sinfonia nº 1. Em quatro movimentos, a sinfonia, assim como as primeiras peças do alemão, é um exemplo do classicismo no qual ele se ancorava no início da carreira. É possível, ali, reconhecer vários dos elementos que guiaram Wolfgang Amadeus Mozart e Joseph Haydn, como a clareza e a precisão das notas. A Sinfonia nº 2 data do mesmo período, um exemplo da extrema produtividade do compositor, na época com 31 anos.

Diálogo total
Na próxima semana, é a vez da conhecida Abertura Coriolano, da Sinfonia nº 3 e do Concerto para violino e orquestra, este último com o violinista Alessandro Borgomanero. “Esse é um dos maiores concertos compostos para violino na história da música”, avisa o violinista.

São 45 minutos divididos em três movimentos, todos engajados em um diálogo constante e ininterrupto com a orquestra. “Ele também é o primeiro concerto para violino da história. Veio para mudar a relação entre o violino e a orquestra. É um diálogo total e foi composto no início do período romântico”, diz Borgomanero, que tem a peça no repertório há 25 anos. “É a 18ª vez que vou tocar”, calcula.

O violinista coloca a peça entre os grandes concertos para violino, ao lado das composições de Jean Sibelius, Tchaikovsky e Johannes Brahms. “Beethoven era um gênio acima da média, as melodias são muito simples e fáceis de ouvir, é um concerto muito melódico e a orquestra não é mero acompanhante”, diz.

Circuito mundial
Beethoven será destaque no repertório das grandes orquestras mundiais este ano. A Filarmônica de Nova York programou o nome do compositor até maio com peças como o Concerto para piano nº 1 e o nº 2, a Abertura Leonora e as Sinfonias nº 1, 7, 8 e 9. Na London Royal Philarmonic, o violinista Pinchas Zukerman faz o Concerto para violino e, em março, é a vez da orquestra mais importante da Inglaterra tocar as Sinfonias nº 9 e nº 5. Em maio, o pianista Danny Driver toca o Concerto nº 4 com a Royal Philarmonic. Beethoven também marca a programação da Philharmonie de Paris, com a Sinfonia nº 6, conhecida como Pastoral. 

Solistas brasilienses

O pianista Fernando Calixto é um dos solistas dos concertos para piano, de Beethoven. Secult/Divulgação
Para o Concerto nº 5, conhecido como Imperador, o solista convidado será Fábio Martino. Jovem talento da nova geração do piano no Brasil, primeiro lugar em 18 concursos nacionais e internacionais, o pianista de 28 anos conhece bem o Concerto nº 5 de Beethoven. Martino tocou a peça em 2011 na prova final do concurso promovido pelo BDI – Bundesverband der Deutsche Industrie, em Munique. A execução acompanhada pela Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera rendeu ao pianista o primeiro lugar com unanimidade do júri.
Claudio Cohen lembra que reger Beethoven este ano será bom para a orquestra, já que essas peças exigem uma formação mais reduzida. Hoje, a OSTNCS está com apenas 69 músicos, apesar de seu quadro prever um total de 118. Além da redução em decorrência de aposentadorias e licenças médicas, a orquestra não nomeou os 50 músicos aprovados no concurso de 2014. Não há previsão para que isso aconteça, mas Cohen acredita que, atingidas as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal (que proíbe contratações enquanto as contas do GDF estiverem no vermelho) foram atendidas. “Isso deu uma travada no nosso time”, lamenta. “O concurso foi prorrogado, são músicos de altíssimo nível, conseguimos aprovar excelentes músicos e estamos aguardando para dar um up grade para nosso time”.
Além de Beethoven, outros compositores também integram o repertório de 2017 da OSTNCS. O Concerto Europeu, programado para maio, terá o Concerto para violoncelo de Camille de Saint Saens com o violoncelista alemão Benedict Kloeckner. Ao longo do ano, também estão na lista de convidados os maestros Virgínia Martinez (Espanha) e Cesario Costa (Portugal).
Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro
Hoje, às 20h, no Cine Brasília. Entrada franca

 

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