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quinta-feira, 28/11/24
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Um ano depois, morte de estudante esfaqueada no DF segue sem solução

Polícia diz que continua com apuração sobre caso de Jéssica Leite; inquérito é monitorado de forma constante, segundo MP. Familiares e amigos da estudante lamentam demora.

A morte da estudante de jornalismo Jéssica Leite, assassinada com um golpe de faca em Taguatinga, completa um ano nesta terça-feira (14) sem nenhuma indicação de suspeito pela Polícia Civil do Distrito Federal. Enquanto isso, parentes e amigos continuam esperando explicações sobre o caso.

O crime contra a jovem de 20 anos aconteceu na praça da QNL 23, por volta das 16h30. Após receber uma única facada no peito, ela agonizou por dez minutos (relembre ao fim desta reportagem).

O  delegado Joás de Souza, atualmente à frente do caso na 17ª DP, mas a polícia disse que não poderia detalhar o andamento das investigações. Em nota, a instituição respondeu: “A delegacia continua com a apuração e no momento [o delegado] não pode informar mais detalhes para não atrapalhar a investigação. Sem mais no momento”.

Procurado, o Ministério Público afirmou que monitora o inquérito de forma constante. “Normalmente, a cada 60 ou 90 dias a delegacia responsável envia o processo para o MP e este para o TJ, que devolve para que a polícia continue as investigações. Dessa forma, o Ministério Público acompanha as diligências e pede outras se achar necessário.”

Ainda de acordo com o MP, a demora das investigações não significa que o responsável pelo crime fique impune para sempre. “O MP pode pedir agilidade à polícia, mas normalmente em crimes graves (não necessariamente de repercussão), como latrocínio, a polícia dá agilidade. O tempo de investigação deste caso não representa impunidade, nem crime sem solução.”

Praça onde ocorreu crime contra Jéssica Leite (Foto: TV Globo/Reprodução)

Praça onde ocorreu crime contra Jéssica Leite 

Sem respostas

Amiga de Jéssica, a estudante de jornalismo Flávia Alves lamentou a demora. “No começo [cerca de um mês após o crime], nos chamaram para depor e achamos que ia ter alguma novidade. Parecia que estava caminhando para um desfecho ou algo do tipo. Mas agora o que parece é que abriram mão, que vai ser mais um daqueles casos que não se descobre nada”, afirmou.

“Infelizmente a história ficou desencontrada no começo, mas a gente sabe que eles tinham condições de correr atrás e buscar respostas. Só que a Polícia Civil entrou em greve e pronto, parece que aí que parou de vez mesmo”, continuou a estudante.

“A delegacia não entrou mais em contato. Quem cometeu o crime ou estava envolvido está cada vez mais tranquilo e certo de que não vai acontecer nada.”

A  família preferiu não dar entrevista. Apenas ressaltou que era um momento “muito doloroso” para todos e que desejava ter o silêncio respeitado.

Veja vídeo sobre o caso

Relembre

O crime ocorreu em uma praça pública, próximo a uma igreja da quadra. Segundo as investigações, ele não teria sido premeditado e deve ter ocorrido após uma discussão.

Inicialmente, a polícia divulgou que drogas e utensílios usados por traficantes foram encontrados na mochila da estudante. A bolsa tinha porções de maconha, um triturador da droga, cinco microsselos de LSD e uma balança de precisão, mas ainda não era possível saber se os objetos pertenciam à vítima.

Na época, o avô de Jéssica, Antônio Leite Neto, afirmou que a mochila da jovem foi encontrada a 500 metros do local e pode ter sido removida pelo autor das facadas.

“Foram três policiais que vieram num carro particular. Eles vieram e pegaram a bolsa aqui, e a menina estava morta, lá. Eu acho que o delegado tinha que identificar, primeiro, qual foi o motivo que essa pessoa com essa bolsa veio parar aqui. Por que não deixaram lá, do lado da menina? Só quem podia levar era a polícia. Sei lá se, de lá para cá, não botaram alguma coisa dentro?”, disse o avô.

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