‘Cordel pode ser um instrumento educativo’, diz Onã Silva. Novo trabalho será lançado na Feira do Livro de Brasília, neste sábado.
Escritora reconhecida por adaptar temas de interesse público à literatura de cordel, Onã Silva recita poesias sobre leis trabalhistas na 33ª edição da Feira do Livro de Brasília neste sábado (24), às 18h. Na obra “Cordel do trabalhador: do labor até o burnô”, lançada durante feira, Onã aborda direitos de maternidade, férias remuneradas, ambientes de trabalho e assédio moral.
Para facilitar o entendimento da Consolidação das Leis do Trabalho (nº 5.452), escrita em 1943 com 922 artigos, a escritora utilizou-se dos artifícios da poesia.
“O cordel, que é democrático, popular e tem humor mais aberto pode ser um instrumento educativo para o cidadão conhecer os seus direitos.”
“As questões sociais sempre me influenciam muito. Desnutrição, desigualdade, crise política. Nos anos 2000 comecei a fazer projetos temáticos. Para isso, estudo muito e só depois faço a ressignificação poética.”
Esta não é a primeira vez que Onã vale-se da arte para disseminar o acesso à informação. Conhecida como a “poetisa do cuidar” pelo caráter social de suas poesias, em 2013, ela publicou “Histórias de enfermagem no universo de cordel”, obra considerada a primeira a abordar o tema de saúde na literatura de cordel pelo site Rank Brasil.
Nascida em Goiás, com influências nordestinas que vêm de berço, Onã escolheu Brasília para viver e aqui publicou mais de 20 obras. Enfermeira, atriz, poetisa, especialista em saúde pública, mestre e doutora em educação, a artista diz que “nasceu poetisa”.
A Feira do Livro de Brasília funciona das 10h às 19h até domingo (25) na área externa do shopping Pátio Brasil, na Asa Sul. O livro de Onã Silva, que tem 120 páginas e 20 cordéis, custa R$ 20..