Aeroporto estará no pacote de concessões que governo federal planeja para o ano que vem.
Funcionários da Infraero fizeram protesto contra a privatização da empresa no Aeroporto de Congonhas, Zona Sul de São Paulo (SP), na manhã desta terça-feira (22). Eles exibiram faixas e cartazes contrários à concessão.
O Ministério do Planejamento confirmou na semana passada que o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, estará no pacote de concessões que o governo federal planeja fazer no ano que vem.
Cálculos iniciais apontam que apenas Congonhas pode render R$ 5,6 bilhões ao governo. Esse valor viria da outorga, que é uma espécie de bônus que concessionários pagam ao governo pelo direito de explorar um bem público.
Congonhas é o aeroporto mais movimentado da Infraero. Entre janeiro e julho, recebeu 123,5 mil pousos ou decolagens, cerca de 15% do total movimentado em todos os aeroportos da Infraero. O movimento de Congonhas é mais que o dobro do registrado pelo segundo colocado, o aeroporto carioca Santos Dumont.
O aeroporto paulistano é disputado por companhias aéreas e lojistas por ser o ponto de partida ou chegada preferido dos executivos e clientes que viajam a negócios. Esses passageiros costumam pagar mais pelas passagens aéreas do que aqueles que viajam a lazer. A ponte aérea (voo de Congonhas para o aeroporto Santos Dumont) é a rota nacional mais rentável.
Sustentabilidade da Infraero
A venda de Congonhas e seu impacto para as contas da Infraero causa desavenças no próprio governo. O ministro dos Transportes disse discordar da posição da Fazenda e do Planejamento. Para ele, a concessão de Congonhas pode prejudicar muito as contas da Infraero, estatal que administra os aeroportos públicos.
“Do ponto de vista de planejamento de transportes, nós entendemos que essa não é a melhor solução”, disse o dos Transportes, Maurício Quintella.
A Infraero perdeu boa parte das suas receitas com os leilões realizados desde o governo Dilma Rousseff e que tiraram da sua administração aeroportos importantes e superavitários como Guarulhos, o maior do país, Galeão e Brasília.
Congonhas é um dos poucos aeroportos rentáveis que sobrou no quadro da estatal e o que gera maior receita. Para Quintella, a venda de Congonhas pode agravar o quadro de crise da Infraero.
“A gente tem um programa de sustentabilidade da Infraero. Isso [concessão de Congonhas] isoladamente você causaria um desequilíbrio maior, a não ser que a gente consiga encontrar uma equação que você consiga fazer Congonhas e ao mesmo tempo preservar a sustentabilidade [da Infraero], completou o ministro.