18.5 C
Brasília
sexta-feira, 15/11/24
HomeMundoEvo Morales recebe aval da Justiça da Bolívia para buscar quarto mandato...

Evo Morales recebe aval da Justiça da Bolívia para buscar quarto mandato em 2019

 

Uma pesquisa de outubro do instituto Ipsos mostrou que 68% dos bolivianos consultados eram contrários à reeleição do presidente em 2019

O Tribunal Constitucional da Bolívia abriu caminho para que o presidente Evo Morales concorra a um quarto mandato em 2019, apesar da rejeição de tal medida em plebiscito anterior. A corte determinou que o direito de concorrer se sobrepõe aos limites impostos à reeleição na Constituição, que garante o direito dos cidadãos a disputar cargos públicos, afirmou o presidente do tribunal, Macario Lahor Cortez, em entrevista coletiva.

Membros do partido do presidente, o Movimento ao Socialismo (MAS), e sindicatos favoráveis ao governo aplaudiram a decisão. Já a oposição qualificou-a como inconstitucional. “É um dia triste para a democracia”, afirmou o ex-vice-presidente Victor Hugo Cárdenas. “O Tribunal Constitucional do regime acaba de impor um revés à Constituição e ao povo”, afirmou no Twitter Samuel Doria Medina, presidente do oposicionista Partido Unidade Nacional.

O primeiro presidente indígena da Bolívia, Morales foi eleito pela primeira vez em 2005 e reeleito em 2009 e 2014. A Constituição permite apenas duas eleições consecutivas. A próxima eleição pode resultar no quarto mandato, mas o Tribunal Constitucional havia decidido anteriormente que o primeiro mandato não valia para essa conta, porque Morales não havia completado o mandato de cinco anos antes de uma nova Constituição entrar em vigor, em 2009.

Em fevereiro, Morales perdeu por pouco um plebiscito sobre se a Constituição poderia ser revista para que ele concorresse de novo em 2019. Apesar disso, o MAS pressionou por meios de permitir que o presidente dispute novamente e apelou em setembro ao Tribunal Constitucional. Na terça-feira, Morales disse que poderia concorrer de novo porque as convenções pelos direitos humanos se sobrepunham à Constituição.

Morales liderou um boom econômico sem precedentes para a Bolívia, beneficiado pela alta nas matérias-primas em seu primeiro mandato, e conseguiu retirar milhões de pobreza, apoiado pela receita com gás natural. O impulso da economia, porém, perdeu força e junto com ele a popularidade de Morales, em meio a alegações de corrupção no governo e de manipulação do Judiciário.

Uma pesquisa de outubro do instituto Ipsos mostrou que 68% dos bolivianos consultados eram contrários à reeleição do presidente em 2019.

Mais acessados