O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira que as acusações de conluio com Moscou lançadas contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, têm prejudicado o sistema político americano e são um desrespeito àqueles que votaram pelo republicano. Durante sua entrevista coletiva anual, Putin rejeitou novamente as alegações de interferência russa na eleição presidencial do ano passado nos EUA.
Putin disse que as acusações contra Trump têm sido disseminadas pelos rivais políticos dele, em uma tentativa de minar sua legitimidade. O líder russo afirmou ainda que a disputa política em Washington “prejudica a situação política doméstica” dos EUA e mostrou “uma falta de respeito pelos eleitores” que votaram pelo atual presidente.
O presidente russo apontou para avanços de Trump, ao dizer que os mercados em alta são uma mostra da confiança nos investidores em seu programa econômico. Ele disse esperar uma recuperação nos laços entre EUA e Rússia, o que enfatiza que os dois países precisam cooperar para enfrentar desafios globais.
Putin comentou que a Rússia se preocupa com a possibilidade de os EUA se retirarem do acordo de controle de armas nucleares, dizendo que seu país continuará a segui-lo. “A Rússia garantirá a segurança sem entrar em uma corrida armamentista”, disse. Ele acrescentou que o gasto militar russo no próximo ano representará 2,8 trilhões de rublos (US$ 46 bilhões, aproximadamente), quando o orçamento do Pentágono é de cerca de US$ 700 bilhões.
Sobre a economia, Putin disse que seu país superou uma recessão e está a caminho de um crescimento confiável. Segundo ele, foi superado o efeito negativo da queda nos preços e das sanções ocidentais. Ele destacou uma safra de grãos recorde neste ano e disse que a Rússia se tornou o maior exportador de grãos mundial Ainda segundo ele, o investimento estrangeiro dobrou neste ano e atingiu US$ 23 bilhões. Putin destacou que a inflação neste ano foi a mais baixa desde o colapso da União Soviética.
Putin comentou que pretende modernizar a economia russa, caso seja reeleito em março, com mais flexibilidade e maior eficiência. A taxa de aprovação do presidente está em 80% e a expectativa é que ele tenha uma vitória tranquila em 18 de março Ele disse que pretende concorrer como independente, distanciando-se do partido controlado pelo Kremlin, o Rússia Unida.